O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para adiar o depoimento sobre a investigação que apura tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. O interrogatório está marcado para a próxima a quinta-feira (22).
Na tarde desta segunda-feira (19), a defesa do ex-presidente disse ao STF disse que ele não prestaria depoimento até que tivesse acesso à íntegra de conteúdos obtidos a partir de celulares apreendidos na operação sobre suposta tentativa de golpe.
Segundo a defesa, “em decorrência da falta de acesso a todos os elementos de prova, o peticionário [Bolsonaro] opta, por enquanto, pelo uso do silêncio, não abdicando de prestar as devidas declarações assim que tiver conhecimento integral dos elementos”.
Entretanto, na resposta, Moraes discordou e afirmou que a defesa Bolsonaro já teve acesso integral aos autos da investigação. A exceção, explicou o ministro, se refere a conteúdos que ainda estão em apuração e, portanto, em sigilo.
“O investigado tem acesso integral a todos os documentos e petições constantes nos autos, bem como às provas e diligências já realizadas, devendo aguardar a realização das diligências em curso e outras em fase de deliberação no âmbito de colaboração premiada, devidamente homologada em juízo, que, portanto, estão acobertadas pelo sigilo”, escreveu Moraes.
O ministro finalizou sua decisão informando à PF que “inexiste qualquer óbice para a manutenção da data agendada para o interrogatório”, previsto para quinta-feira à tarde.
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