A promessa das baterias de estado sólido, que poderia até duplicar o alcance de carros elétricos, não se cumpriu. O exemplo mais recente disso é a Volkswagen, que tinha acordo com a startup QuantumScape para desenvolver bateria de estado sólido para seus modelos, mas foi prejudicada por atrasos.
Agora, a montadora supostamente está firmando novo acordo com a francesa Blue Solutions e ampliando suas chances de sucesso nesse mercado desafiador.
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Os problemas com a tecnologia mostram os obstáculos da nova bateria, assim como a expectativa do setor automobilístico sobre ela. A novidade promete reduzir o tempo de carregamento e aumentar o alcance.
Volkswagen e as novas baterias
Desde 2018, a Volkswagen tem acordo de US$ 300 milhões (R$ 1,47 bilhão, em conversão direta) com a estadunidense QuantumSpace, que deveria fornecer baterias em estado sólido para alimentar os veículos elétricos da marca até 2025. Isso permitiria duplicar a autonomia do VW Golf elétrico, chegando a 750 km.
As ações da estadunidense oscilaram conforme o andamento do acordo e, agora, a VW iniciou conversas com a Blue Solutions pela mesma bateria de estado sólido. A informação é de uma fonte envolvida com a negociação, que falou à Reuters e preferiu não ser identificada.
A empresa francesa já produz essas baterias para os ônibus elétricos da Daimler. A expectativa é que haja adaptação do design para carros. Ainda segundo a fonte, ambas esperam chegar em acordo nos próximos meses, mostrando a decisão da Volkswagen de não ficar presa a apenas uma opção de fornecimento.
O que disseram as empresas
A Volkswagen disse que seu trabalho com a QuantumScape estava indo no caminho certo e se recusou a falar sobre possíveis negociações com a Blue Solutions.
Um porta-voz da Blue Solutions confirmou que a empresa está desenvolvendo bateria para automóveis e já trabalha com a BMW e outras companhias, as quais preferiu não identificar.
Baterias de estado sólido
As baterias de estado sólido prometem melhorar a indústria automobilística com autonomias maiores e tempo de carregamento menor do que as versões de íons de lítio. No entanto, elas ainda não se concretizaram por desafios técnicos com a própria tecnologia.
A VW não é a única que passa por dificuldades para adquiri-las. Toyota e BMW também têm acordos em busca da tecnologia. Saiba as previsões e impasses do setor:
- Segundo Rory McNulty, da consultoria Benchmark Mineral Intelligence, as promessas não foram cumpridas, prejudicando montadoras que investiram nas baterias. A tecnologia já existe – a questão é fazê-la funcionar de forma confiável e em grande escala;
- A Blue Solutions, por exemplo, deve superar obstáculos para reduzir o tempo de carregamento de sua bateria atual, que, no momento, demora quatro horas. A empresa disse que trabalha para reduzi-la para 20 minutos e quer construir “gigafábrica” para produção até 2029;
- No entanto, enquanto isso não chega, o setor desanima, inclusive desvalorizando economicamente essas empresas. De acordo com Jeff Peters, sócio da Ibex Investors, as montadoras estão questionando se o risco das baterias de estado sólido realmente valem a pena;
- Ainda, o Goldman Sachs prevê que elas não devem entrar em produção comercial de alto volume até pelo menos o final desta década.