As montadoras de veículos instaladas no Brasil solicitaram ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) o aumento imediato da tarifa de importação de carros elétricos para 35%, teto permitido pelo Mercosul. A medida pretende conter o avanço das importações de automóveis chineses nos últimos meses.
A indústria nacional considera o aumento da alíquota urgente e vê a medida como necessária para combater a crescente entrada de veículos chineses. O pedido foi apresentado nesta quarta-feira, 26, pelo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio Lima Leite, horas antes da sanção do programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover).
Detalhes sobre o programa Mover
Novo regime do setor automotivo, o Mover prevê incentivos de R$ 19,3 bilhões até o fim da década. Além de vice-presidente, Alckmin também lidera o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), responsável pela implementação do programa.
Em abril, o Brasil superou a Bélgica e se tornou o principal mercado mundial para carros híbridos e elétricos produzidos na China, com mais de 40 mil unidades importadas. O aumento foi 13 vezes maior em relação ao ano anterior.
Aumento nas vendas de veículos elétricos com importações chinesas
A Anfavea projeta que a participação dos veículos importados nas vendas de automóveis em 2024 pode chegar a 20%, quase o dobro dos anos anteriores. O fenômeno é impulsionada pelos elétricos. A associação destaca que outras regiões, como União Europeia, além dos Estados Unidos, já adotaram restrições similares.
Por isso, a Anfavea argumenta que o Brasil deve seguir o exemplo e proteger seu mercado contra a entrada de veículos chineses. Graças a subsídios do governo, eles seriam supostamente vendidos abaixo do custo de fabricação.
No final do ano passado, o governo já havia encerrado a política de tarifa zero para importação de carros elétricos, vigente desde 2015.
Proposta da Anfavea para elevação imediata da tarifa
A tarifa inicialmente foi de 12% para automóveis elétricos e híbridos, com previsão de aumento para 25% em julho de 2024, 30% em julho de 2025 e 35% em julho de 2026.
Contudo, a Anfavea sugere pular esses aumentos graduais e adotar diretamente a alíquota de 35% em julho deste ano, como forma de conter a “invasão”.