Montadoras tradicionais com fábricas no Brasil irão protocolar um pedido de investigação contra empresas chinesas como BYD e GWM, acusando-as de dumping (prática de vender abaixo do custo de produção) no mercado nacional. O alvo principal são os automóveis, mas caminhões, ônibus e máquinas agrícolas e rodoviárias também serão incluídos.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a denúncia será feita pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que representa 25 montadoras, ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
As duas empresas chinesas dominam as importações de veículos elétricos e híbridos. Em 2024, BYD e GWM venderam juntas mais de 106 mil unidades no Brasil, somando 60% dos modelos eletrificados importados. A Anfavea afirma que essa prática prejudica a competitividade da indústria local.
Empresas chinesas negam dumping
A GWM afirmou seguir as leis brasileiras e internacionais, enquanto a BYD negou qualquer irregularidade, destacando seu investimento em uma fábrica em Camaçari (BA).
A associação, no entanto, defende que subsídios governamentais e preços abaixo do custo de produção configuram dumping, prática que já levou a União Europeia a impor tarifas de até 35% sobre veículos elétricos chineses.
Dumping é uma prática comercial adotada por empresas para eliminar a concorrência. Trata-se da comercialização de produtos com preço abaixo do mercado, mesmo que isso represente uma diminuição do lucro em um primeiro momento.
Além do setor automotivo, a Anfavea criticou o crescimento das importações de máquinas agrícolas e rodoviárias, especialmente em licitações públicas.
Um levantamento aponta que 32% dos equipamentos adquiridos pelo Programa de Aceleração do Crescimento vêm de empresas estrangeiras com pouca estrutura no Brasil.