sexta-feira, novembro 22, 2024
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Moda precisa aderir à reciclagem e ser sustentável, mas como?

O problema dos resíduos na indústria da moda não é de hoje e, à medida que o mundo se compromete com desafios sustentáveis e metas ambiciosas, é preciso encontrar soluções para minimizar o impacto dos têxteis. A União Europeia, por exemplo, está pressionando o setor a promover a reciclagem dos resíduos.

No entanto, há controvérsias: algumas ONGs dizem que a reciclagem é apenas mais uma forma de permitir que as empresas do ramo produzam roupas em escala inaceitável, agora com um pretexto de que elas podem ser reaproveitadas.

Para Paul Foulkes-Arellano, consultor de economia circular ao site TechXplore, as marcas precisam atingir níveis elevados de reciclagem em velocidade muito rápida se quiserem continuar produzindo sem sofrer penalidades da UE.

Pensando nisso, o site AFP conversou com especialistas do setor para entender algumas soluções para a reciclagem na indústria da moda frente à pressão por atividades mais sustentáveis.

Roupas sem mistura

  • Uma das principais dificuldades em reciclar roupas é devido à mistura de materiais que as compõem.
  • Como resposta, uma empresa dos Estados Unidos chamada Circ inventou uma solução química capaz de separar o “ingrediente” mais comum das roupas, o polialgodão, de outros materiais através de um processo hidrotérmico.
  • Assim, o resultado pode ser transformado em novas fibras e convertido em material para a produção de mais roupas.
  • Em abril, a Zara lançou uma linha de produtos com materiais reciclados usando esse processo.

Danos ao material antes da reciclagem

O estado do material descartado também importa na hora da reciclagem e a empresa Saentis Textiles veio com uma solução: uma máquina própria e patenteada que pode reciclar o algodão da composição com um mínimo de danos às fibras. Assim, é possível reutilizar esse material em novos produtos têxteis.

A companhia vende as máquinas diretamente para as empresas e já conta com a adesão da IKEA, Patagonia e Tommy Hilfiger.

(Foto: Sundry Photography/Shutterstock)

Coleta e classificação

  • Outro desafio na reciclagem de roupas é que há uma defasagem em empresas que separam as roupas descartadas, que devem ser mantidas limpas e separadas de outros resíduos.
  • A solução encontrada pela SuperCircle foi criar uma cadeia de parceiros, incluindo empresas de entrega, armazéns e sistemas de rastreamento, para possibilitar um processo de coleta e separação.
  • Eles esperam atrair o público oferecendo benefícios para quem aderir às iniciativas da companhia, como descartar roupas em caixas específicas nas lojas em troca de frete grátis, por exemplo.
  • Outra questão é a preparação das roupas em si, já que os componentes de cada uma precisam ser diferenciados.
  • Nesse setor, a empresa francesa Cetia tem uma variedade de máquinas para a tarefa, inclusive uma que arranca a sola dos sapatos para reciclagem.
  • Alguns dos aparelhos são mais complexos, até usando IA para reconhecer pontos rígidos, com botões e zíperes e aplicando um laser para cortá-los sem danos ao material.
Cetia tem uma máquina exclusiva para separar componentes de um sapato (Foto: Cetia/Reprodução)

Outra questão das marcas de roupa é manter um estoque de produtos, o que demanda a produção de quantidades de peças. Como solução, a empresa Unspun afirmou ter inventando a primeira máquina de tecelagem 3D, que pode criar roupas (inclusive jeans, que demandam longas etapas de produção) de tamanhos personalizados em menos de 10 minutos.

Emissões de carbono na moda

As emissões de carbono envolvendo a indústria da moda (e outros setores) também chama a atenção e a Rubi Labs criou uma forma de capturar esses gases estufa residual das fábricas, mais especificamente o dióxido de carbono, e transformá-los em celulose, que pode ser usada para fazer novos fios.

Esse processo ainda não está disponível em grande escala, mas em julho a empresa anunciou uma parceria com o Walmart para testar a inovação na prática.

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Via Olhar Digital

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