Arqueólogos localizaram uma mulher enterrada ao lado de mais de 20 cavaleiros medievais em um castelo na Espanha. Por muito tempo a identificação dela foi um mistério. Mas um novo estudo revelou que ela foi uma guerreira morta em batalha.
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Sinais de batalhas sangrentas
- Pesquisadores encontraram os restos humanos enquanto escavavam um cemitério dentro do castelo fortificado de Zorita de los Canes, em Guadalajara.
- Os enterros datam entre os séculos XII e XV, época marcada por várias batalhas entre cristãos e muçulmanos na Península Ibérica.
- Muitos dos esqueletos apresentam grandes ferimentos – até mortais -, incluindo um número significativo de facadas nos crânios e áreas pélvicas, provavelmente desferidos durante batalhas.
- O estudo foi publicado na revista Scientific Reports.
Cavaleiros faziam parte da Ordem de Calatrava
Com base em uma análise feita nos restos mortais da mulher, a equipe concluiu que ela tinha 40 anos de idade e também teria morrido em batalha. A identificação do sexo foi possível a partir de observações da pelve e do crânio.
Os pesquisadores ainda conseguiram determinaram que ela foi enterrada junto com vários monges guerreiros que pertenciam à Ordem de Calatrava, fundada na Espanha em 1158 e semelhante a dos famosos Cavaleiros Templários. O grupo era encarregado de proteger Calatrava la Vieja, uma cidade ao longo da fronteira contestada entre cristãos e muçulmanos.
As análises também revelaram que a dieta dos monges era rica em aves e peixes, alimentos associados às elites sociais ibéricas. Já a mulher comia muito menos proteína, indicando que ela fazia parte de uma classe social inferior.
Uma das hipóteses dos pesquisadores é que a mulher era uma criada no castelo e pegou em armas para protegê-lo durante a batalha, o que acabou levando à sua morte. Os ossos dela, no entanto, não apresentam desgaste típico do trabalho escravo, o que reforça a tese de que ela tenha sido, na verdade, uma guerreira.