terça-feira, setembro 17, 2024
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Missão Polaris Dawn, da SpaceX, bate recorde

A missão Polaris Dawn da SpaceX teve início na madrugada de terça-feira, 10, com o lançamento de quatro astronautas civis em órbita, relata a CNN. Horas depois, a tripulação já havia feito história ao alcançar a maior órbita ao redor da Terra. Superou, assim, um recorde estabelecido nos primeiros dias da National Aeronautics and Space Administration (Nasa).

A SpaceX confirmou que a nave Crew Dragon atingiu uma altitude máxima de 1.400,7 quilômetros às 22h19, horário de Brasília, na terça-feira. Esse feito ultrapassou o recorde anterior da missão Gemini 11 da NASA em 1966, que havia alcançado 1.373 quilômetros na sua jornada ao redor da Terra.

Embora as missões Apollo tenham viajado mais longe, elas não entraram em uma órbita tradicional ao redor da Terra. Estavam destinadas à Lua, a cerca de 400 mil quilômetros de distância. A missão Polaris Dawn também marca a viagem mais distante de um ser humano desde a última missão Apollo em 1972 e a mais distante que uma mulher já viajou no espaço.

A SpaceX e a tripulação da Polaris Dawn celebram esse feito, mas ainda enfrentam desafios significativos nesta missão de cinco dias, projetada para explorar os limites da exploração espacial comercial e testar tecnologias para futuras excursões no cosmos.

Na manhã de quinta-feira, 12, a equipe da Polaris Dawn, composta por Jared Isaacman, CEO da Shift4 Payments e financiador da missão, seu amigo e ex-piloto da Força Aérea dos EUA, Scott “Kidd” Poteet, e as engenheiras da SpaceX, Anna Menon e Sarah Gillis, tentará realizar a primeira caminhada espacial comercial.

O evento inovador, previsto para o terceiro dia da tripulação no espaço, ocorrerá enquanto eles orbitam a cerca de 700 quilômetros acima da Terra. Isaacman e Gillis sairão da espaçonave durante as aproximadamente duas horas em que a Crew Dragon ficará despressurizada, expondo-os ao vácuo do espaço.

Desenvolvimento dos trajes espaciais e segurança

A tripulação será protegida pelos novos trajes de Atividade Extraveicular (EVA) da SpaceX, desenvolvidos em dois anos e meio, um tempo notavelmente curto para os padrões da indústria aeroespacial.

Em comparação, a Nasa tenta há mais de uma década garantir substitutos para os trajes antigos da Estação Espacial Internacional, que foram projetados há 40 anos.

A Crew Dragon está submetendo a tripulação a um longo processo de “pré-respiração”, que elimina lentamente o nitrogênio do sangue dos astronautas, evitando a formação de bolhas na corrente sanguínea devido às mudanças de pressão dentro do veículo.

Prevenção da doença de descompressão

Esse processo visa prevenir a doença de descompressão, semelhante à que os mergulhadores enfrentam ao subir à superfície rapidamente.

O protocolo de pré-respiração da Polaris Dawn é diferente do utilizado na Estação Espacial Internacional, onde o processo é mais rápido.

Na Polaris Dawn, a pré-respiração durará cerca de 45 horas, conforme o teor de oxigênio na cabine aumenta lentamente enquanto a pressão diminui.

“O que é realmente legal sobre esse perfil de pré-respiração é que, em muitos aspectos, ele é muito menos arriscado do que o padrão na estação espacial”, disse Gillis à CNN. “É como abrir uma lata de refrigerante — e você quer abrir a lata (e fazer com que) nenhuma das bolhas saia porque a pressão fora da lata é igual à que está dentro.”

Riscos e desafios após a caminhada espacial

Ao diminuir a pressão dentro da Crew Dragon e ajustar os trajes espaciais quando a pressão ambiente se iguala à do traje, os riscos de bolhas indesejadas são mitigados, explicou Gillis.

“Ao diminuir a pressão dentro da Crew Dragon”, disse a engenheira, “e ao colocar seus trajes espaciais no momento em que a pressão ambiente se iguala à pressão do traje — os membros da tripulação podem mitigar melhor qualquer risco de bolhas indesejadas.”

O maior desafio será depois do término da caminhada espacial: fechar a escotilha da Crew Dragon, restaurar a pressurização ao normal e retornar à Terra com segurança. “Você deveria ficar nervoso com essa missão”, disse Garrett Reisman, ex-astronauta da NASA e conselheiro da SpaceX, à CNN em agosto.

“Sempre que você tenta algo pela primeira vez, há riscos significativos. Eu ficarei muito mais tranquilo quando eles estiverem de volta à cápsula, com a escotilha fechada e travada.”

Via Revista Oeste

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