O ministro do Interior francês, Bruno Retailleau, criticou nesta quinta-feira (7) a exibição de uma faixa com os dizeres “Palestina Livre” em uma partida do Paris Saint-Germain. Retailleau disse que a manifestação era “inaceitável”.
A faixa foi exibida pela torcida organizada Auteuil Kop, do PSG, antes do jogo da Champions League contra o Atlético de Madrid na quarta-feira (6), oito dias antes da França enfrentar Israel em Paris em uma partida da Nations League.
A UEFA, órgão máximo do futebol europeu, disse que o clube não enfrentará sanções.
Já Retailleau, questionado se buscaria sanções contra o PSG, disse à Sud Radio: “Não descarto nada. Vou exigir explicações do PSG”.
O presidente da Federação Francesa (FFF), Philippe Diallo, foi convocado para uma reunião no Ministério do Interior na sexta-feira, disse uma fonte com conhecimento direto do assunto à Reuters, acrescentando que o mesmo ainda não havia confirmado sua presença. A FFF não tem poder sobre competições europeias de clubes.
O canal de TV francês BFM disse que o diretor geral do PSG, Victoriano Melero, também foi convocado. O clube não se manifestou sobre o caso.
O Paris Saint-Germain, de propriedade do Catar, disse após o jogo que não foi informado sobre a exibição da mensagem.
“O Paris Saint-Germain lembra que o Parc des Princes é – e deve permanecer – um lugar de comunhão em torno de uma paixão comum pelo futebol e se opõe firmemente a qualquer mensagem de natureza política em seu estádio”, disse o clube em um comunicado.
O Ministro Retailleau disse: “É claro que o presidente do clube é responsável. Quero saber como essa lona chegou, como foi instalada”.
Um porta-voz da UEFA disse que o PSG não enfrentará processos disciplinares, pois apenas proíbe mensagens políticas consideradas insultuosas ou provocativas.
No ano passado, o clube escocês Celtic foi multado em 17.500 euros (aproximadamente R$ 107 mil) após torcedores agitarem bandeiras palestinas em uma partida da Champions League.
Surgiram dúvidas sobre a segurança em torno do jogo entre França e Israel pela Nations League, na próxima quinta-feira (14), em um país que tem a maior comunidade judaica da Europa, bem como a maior população de muçulmanos.
(Reportagem de Sudip Kar-Gupta e Julien Pretot, edição de Christina Fincher, Angus MacSwan e Alex Richardson)