quinta-feira, julho 4, 2024
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Ministro extraordinário do RS, Pimenta ainda não estruturou equipe

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou o gaúcho Paulo Pimenta como ministro extraordinário no Rio Grande do Sul no dia 15 de maio. Vinte e um dias depois, Pimenta ainda não estruturou equipe para a reconstrução do Estado assolado pelas enchentes. 

De acordo com a medida provisória (MP) assinada pelo presidente, o ministro tem direito a 29 cargos, que se dividem entre Brasília e o RS. Até agora, Pimenta nomeou apenas quatro. Seu braço direito é Emanuel Hassen, o “Maneco” — os dois deixaram a Secretaria de Comunicação Social (Secom) para a missão no Sul do Brasil. 

Ao jornal Folha de S.Paulo, Pimenta afirmou que sua agenda envolve sobrevoos pelas regiões do Rio Grande do Sul, viagens pelo Estado e reuniões com prefeituras. O novo ministério, quase um mês depois de estabelecido, ainda não possui site ou agenda oficial. 

“A minha agenda envolve três dimensões”, explicou Pimenta à Folha. “Acompanhamento da situação e da atuação e ação dos ministérios. Relação com o governo do Estado e as prefeituras para tentar acompanhar os planos de trabalho e as demandas. E acompanhamento das ações de entregas, rodovias, colocação de bombas, a presença do governo federal nas regiões.”

Segundo o decreto, os três cargos mais altos do ministério mandariam despachos diretamente de Brasília. Até os próximos dias, porém, Pimenta deve continuar em exercício no Rio Grande do Sul. 

Munição política para Pimenta

Ministro extraordinário do RS, Paulo Pimenta, e o presidente Lula (PT) estão lado a lado, em frente a um púlpito. Lula usa terno e camisa, e Paulo, roupa de frio vermelha
Aliados acreditam que bom trabalho no RS pode ser ‘lucro político’ para Paulo Pimenta | Foto: Lucas Leffa/Divulgação/@Pimenta13BR

Paulo Pimenta é cotado para o governo do Rio Grande do Sul nas eleições de 2026. Por isso, logo depois da nomeação, aliados do atual governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), e do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), avaliaram a MP como um gesto político. 

À Folha, Pimenta afirmou ter boa relação com Leite e Melo. Além disso, o ministro destacou o trabalho “em conjunto”. “Minha relação com os prefeitos e com o governador é muito tranquila, muito harmônica”, disse o petista. “E considero que os resultados no trabalho conjunto têm sido muito importantes.”

A reportagem do jornal, no entanto, informou ter ouvido de aliados que, se o trabalho for bem feito, a dupla Lula e Pimenta pode lucrar politicamente.

O anúncio oficial do governo federal diz que Pimenta ficará à frente do ministério até fevereiro de 2025. Mas como as MPs têm duração de quatro meses, a manutenção do trabalho dependerá de aval do Congresso.

Distância de polêmica

Paulo Pimenta intimidou repórter de Oeste | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Comumente, à frente da Secom, Pimenta não mede palavras para criticar adversários políticos. No novo ministério, no entanto, ele afirmou buscar uma posição mais institucional e evitar discussões políticas. 

Já nos primeiros dias de trabalho como ministro extraordinário para a reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta intimidou uma repórter de Oeste, que informou a ida dele e da equipe a uma churrascaria de Porto Alegre, no dia 16 de maio. Em outro momento, Pimenta alegou fake news em publicações sobre a tragédia. 

Tanto a intimidação quanto a afirmação geraram reações do Congresso, que convidou Pimenta a se explicar.

Via Revista Oeste

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