O comandante da Aeronáutica, Marcelo Damasceno, e o ministro da Defesa José Múcio Monteiro defenderam a aquisição de uma nova aeronave presidencial. Na terça-feira 1º, o avião que levava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sofreu uma pane depois de decolar do México.
Para José Múcio, é necessário que a Presidência da República tenha uma aeronave com mais “autonomia”. O mesmo argumento foi usado por Damasceno.
“Pessoalmente eu defendo [a compra de uma nova aeronave]”, afirmou Damasceno à imprensa. “Esse avião completa 20 anos em 5 de janeiro. O avião é muito seguro, mas além disso ele tem autonomia que nos atende em parte.”
O comandante também argumentou que uma economia entre as dez maiores do mundo deve ter um avião presidencial maior, com mais autonomia e espaço. A aeronave presidencial VC-1, modelo Airbus A319, teve problemas técnicos, obrigando o avião a sobrevoar por mais de quatro horas para gastar combustível antes de pousar no Aeroporto Internacional Felipe Angeles, na Cidade do México.
Damasceno explicou que a ausência de um sistema de alijamento de combustível foi a razão para o procedimento: “A opção foi fazer a espera, como prevê o checklist da aeronave. Eu estava em contato com a tripulação na cabine, fizeram tudo nos conformes… Eu não tive nenhuma preocupação”.
Em relação às causas da pane, Damasceno afirmou que ainda não há indícios de colisão com pássaros ou falha na turbina. O Cenipa, órgão da Força Aérea Brasileira (FAB), conduz a investigação. “Não houve [nenhum momento de desligamento de turbina e motor]”, acrescentou. “Nada, nada. Como qualquer incidente, fazemos a investigação, está previsto isso. Não temos indicação de ingestão de pássaros”.
Ele destacou que a vibração no motor pode indicar desprendimento de peça ou ingestão de pássaro e espera um relatório preliminar em breve. O comandante elogiou a experiência dos pilotos e informou que o motor pode ser trocado para o retorno ao Brasil nos próximos dias.
Pane em avião presidencial irritou Lula, diz jornal
A pane no avião presidencial irritou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, informou o jornal O Estado de S. Paulo, na quarta-feira 2. O modelo da aeronave, comprada há 18 anos, é considerado antiquado por Lula, que comentou a suposta necessidade de substituição por razões de segurança.
Depois de uma falha técnica em uma turbina, o avião precisou voar por 5 horas para queimar combustível. A primeira-dama, Janja da Silva, sugeriu passar mais uma noite na Cidade do México, mas Lula decidiu embarcar todos na aeronave reserva, ainda naquela noite.
Durante o voo, houve tensão e discussões sobre a compra de um novo avião presidencial ou sobre eventual reforma das aeronaves da FAB. O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, interrompeu suas férias para discutir o assunto com Lula e com o comandante da Aeronáutica.
Lula manifestou interesse em substituir o atual avião por um jato A-330, que oferece mais espaço e conforto. No entanto, a conversão do Airbus para uso executivo é complicada, por causa da necessidade da FAB.
Segundo o Estadão, desde o começo de seu governo, Lula manifestou a intenção de substituir o A319-ACJ, conhecido como “AeroLula”, adquirido em seu primeiro mandato, em 2005. A Aeronáutica já possui duas dessas aeronaves, compradas durante o governo de Jair Bolsonaro, em 2022, ao custo de US$ 80 milhões cada.
O plano de Lula era garantir mais espaço, conforto e uma área ampliada para convidados e a equipe de apoio. Entre as exigências estavam uma suíte com cama de casal, banheiro com chuveiro, gabinete de trabalho privativo, sala de reuniões e aproximadamente cem poltronas semileito.
No entanto, o projeto enfrentou dois obstáculos. A Força Aérea Brasileira necessita dessas aeronaves para missões de reabastecimento em voo de seus caças, transporte rápido de tropas e operações de resgate médico. Além disso, o cust