O ministro da Defesa, José Mucio, chamou a prisão do ex-ministro Braga Netto de “constrangimento” e afirmou que a detenção já era esperada. A declaração ocorreu nesta terça-feira, 17, em São Paulo, durante visita ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O chefe do Executivo está na capital paulista para acompanhamento médico.
“É como ter um amigo respondendo a um processo”, disse Mucio. “Você quer que ele pague diante da lei, mas fica constrangido porque ele é um amigo. Braga Netto tem muitos colegas da reserva, colegas de turno, está preso no Rio de Janeiro, é o primeiro general de quatro estrelas, mas não é uma surpresa para absolutamente ninguém.”
Mucio foi informado sobre as operações da Polícia Federal no dia anterior da ação, que ocorreu no último sábado, 14. Contudo, o ministro não conhecia os nomes dos envolvidos até receber uma ligação do comandante do Exército, general Tomás Paiva, que mencionou a operação na residência de Braga Netto.
Lula defende “presunção de inocência” a Braga Netto
José Mucio discutiu com o Lula sobre o “ambiente das Forças” depois da prisão. O presidente, que estava prestes a ter alta hospitalar, afirmou que Braga Netto tem “todo o direito à presunção de inocência”.
Durante a recuperação médica do presidente, Mucio também abordou um projeto de lei que visa a alterar a concessão de benefícios aos militares. A medida estabelece uma idade mínima de 55 anos para aposentadoria.
Atualmente, não há idade mínima, e a promoção de militares depende da disponibilidade de vagas, o que pode resultar em um “empoçamento” de oficiais superiores, como coronéis e majores, sem progressão na carreira.