A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, busca assumir o controle da recém-criada Autoridade Climática. Ela deseja que essa entidade tenha poderes para formular políticas, propor regras, fiscalizar e punir.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nesta segunda-feira, 23, Marina quer que a nova agência esteja vinculada à sua pasta. Dessa forma, o governo garantiria uma estabilidade, mesmo em caso de mudança na Presidência da República.
Promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o órgão foi estabelecido pelo petista no último dia 10. O controle da Autoridade Climática gera divergência interna no governo, já que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, discorda de Marina e quer que o órgão seja atrelado à Presidência da República.
“Autoridade Climática subordinada a ministro, como cargo de segundo escalão… Então, ou é autoridade ou é um departamento”, afirmou Rui Costa, ao jornal O Globo.
Autoridade Climática foi promessa de campanha de Lula
Anunciada por Lula em 10 de setembro de 2024, a criação da Autoridade Climática foi uma das principais promessas de campanha do presidente. Contudo, no início do novo mandato, a agência não avançou e não teve menção na reestruturação da Esplanada.
Lula destacou que o órgão deve focar a “adaptação e preparação para o enfrentamento desses ‘fenômenos climáticos extremos’”.
Ainda ao Valor, Marina explicou que a ligação da agência com o Ministério do Meio Ambiente é crucial para evitar alterações em sua estrutura, devido a mudanças políticas.
Marina Silva explica ‘terrorismo climático’
Indagada sobre a expressão “terrorismo climático”, Marina Silva esclareceu que se referiu a uma metáfora entre crimes e ‘eventos climáticos’ extremos.
“Não tem nem palavras para dizer o que está acontecendo no Brasil, é algo aterrador”, afirmou a ministra do Meio Ambiente. “Então, metaforicamente, é uma aliança do crime com um evento climático extremo, onde existem pessoas que deliberadamente estão tocando fogo em floresta, em pastagem e em lavouras. Não só o Pantanal, a Amazônia e o cerrado.”