O Ministério Público de Alagoas (MP-AL) descobriu que um Porsche em nome do ex-jogador Daniel Alves foi adquirido por uma quadrilha acusada de fraudar concursos públicos.
Daniel Alves ficou preso por 14 meses, condenado por estupro na Espanha. No dia 25 de março, pagou uma fiança de € 1 milhão (R$ 5,4 milhões) e obteve liberdade.
O modelo Carrera 911 do ano de 2021 do ex-atleta está avaliado em R$ 828 mil e foi apreendido em Petrolina (PE), onde reside o suposto líder do grupo. As transações financeiras movidas pelo esquema somam R$ 243 milhões.
Segundo o MP-AL, o veículo foi adquirido pelo chefe da organização, mas não houve transferência oficial de propriedade para o nome da quadrilha. A Operação Maligno, como foi nomeada, executou cinco mandados de prisão em Maceió, Japaratinga (AL) e Petrolina (PE). Também foram realizados oito mandados de busca e apreensão.
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Os promotores alegam que o grupo oferecia serviços fraudulentos a gestores públicos, como a contratação de funcionários fantasmas e a prática de “rachadinha”.
A quadrilha investigada por comprar carro de Daniel Alves
Dentre os crimes da quadrilha destacam-se as acusações por peculato, fraude em licitações e contratos, falsidade ideológica, desvio e lavagem de dinheiro público. As investigações mostraram que o grupo gerenciava uma pseudocooperativa de serviços em Maceió, com contratos em 20 municípios alagoanos.
De outubro de 2020 a março de 2023, a organização movimentou R$ 243 milhões — dos quais R$ 46 milhões foram “movimentações atípicas” para lavagem de dinheiro público.
Ministério Público à caça
A pedido do MP, a 17ª Vara Criminal da Capital ordenou a suspensão imediata de todos os contratos e o sequestro de bens dos acusados. O órgão é especializado em combate a organizações criminosas em Alagoas. O valor a ser apreendido é de R$ 46 milhões.
Entre os bens está um hotel fazenda em Sento Sé (BA). A principal empresa investigada pertence a um casal, líderes da organização, que oferecia serviços públicos, como coleta de resíduos sólidos, limpeza urbana e provisão de profissionais para diversas funções.
A operação teve apoio operacional dos Batalhões de Trânsito, Rodoviário e Ambiental da Polícia Militar de Alagoas. As Polícias Militar e Civil de Pernambuco também participaram das atividades.