Eventos climáticos extremos devem ficar cada vez mais comuns, segundo os especialistas. Essa notícia é ainda mais impactante para moradores de regiões que já sofriam com fenômenos naturais adversos. A tendência é que a situação piore nos próximos anos.
Em Bangladesh, por exemplo, 80% do país é classificado como planície de inundação. Ou seja, quase todo o território nacional é suscetível às enchentes.
O mais grave disso tudo é que estamos falando de uma nação asiática pobre de 170 milhões de pessoas – e a maioria delas vive em áreas rurais. Ou seja, não tem dinheiro para grandes obras de prevenção nem contenção de danos.
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Pensando nisso, uma arquiteta local desenvolveu, durante a pandemia, uma pequena casa elevada de baixo custo, cuja função é oferecer moradia aos mais necessitados, ao mesmo tempo em que dá certa proteção às mudanças climáticas.
A criação foi batizada de Khudi Bari, que significa pequena casa em bengali. Além da arquiteta Marina Tabassum, o projeto conta com a colaboração dos engenheiros do AKT II e da organização de ajuda humanitária FACE (Foundation for Architecture and Community Equity).
Acima do chão
- A casa é muito simples, mas segura, segundo os criadores.
- A estrutura é elevada acima do solo e acessada por uma escada.
- Embora não seja sobre rodas, foi criada para ser muito fácil de montar, desmontar e transportar para um novo local sem quaisquer ferramentas especializadas, ajudando os residentes do Bangladesh a escapar das inundações.
- A habitação é feita principalmente de bambu.
- Toda essa madeira leve é conectada por nós pré-fabricados de alumínio reciclado.
- As paredes e o telhado podem ser adquiridos localmente e feitos de materiais como policarbonato e metal.
- O interior dela mede de 5,95 m² até 13,4 m², e consiste em um quarto simples, porém também há espaço embaixo para expandir a área de estar.
- Mais de 100 unidades já foram implantadas em toda Bangladesh.
É um projeto viável para outros lugares?
Financeiramente sim. Estimativas apontam que o custo total de uma mini casa dessas é de apenas US$ 380, algo em torno de R$ 2.050.
Geograficamente, porém, o buraco é mais embaixo. Falando em Brasil, por exemplo, muitas das áreas afetadas por enxurradas não são planas. A região serrana do Rio de Janeiro, por exemplo. Instalar uma casa suspensa dessas é inviável.
Para Bangladesh tem dado certo. Tanto que o projeto vem crescendo mês a mês, com a doação de novas residências para as pessoas mais humildes.
A solução para o Brasil deve ser outra. Até porque temos mais dinheiro do que o pequeno país asiático. Alguns especialistas falam no conceito de cidade-esponja. Para saber mais sobre ele, você pode ler esse ou esse outro texto do Olhar Digital.
As informações são do New Atlas.