Responsável por mais de 40% da produção brasileira de avocado, São Paulo despertou o interesse do mercado internacional. O Estado começou a exportar a fruta da variedade Hass para o Chile e para o Japão, depois que missões estrangeiras validaram os requisitos fitossanitários exigidos.
Maior produtor nacional, São Paulo vê no Chile uma oportunidade promissora. Segundo maior consumidor per capita de avocado no mundo, o país sul-americano é estratégico. O Brasil também se beneficia da contra-safra chilena, que vai até agosto, enquanto a produção paulista ocorre entre fevereiro e julho.
“O avanço na abertura de mercados reforça a qualidade e a competitividade da fruticultura do Estado”, diz o secretário de Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai. “São Paulo se destaca não apenas pelo volume, mas pela excelência em atender os mais rigorosos padrões fitossanitários internacionais.”

No Japão, maior importador asiático de avocado, o potencial de mercado é alto, mas ainda incerto. “A distância, a grande exigência do mercado japonês e a necessidade de envio aéreo trazem incertezas”, explica Lígia Carvalho, produtora e diretora da Jaguacy, pioneira no desenvolvimento do abacate Hass no Brasil.
Consumo interno de avocado é baixo
Em 2024, São Paulo produziu mais de 223 mil toneladas de abacate, principalmente nas regiões de Ourinhos, Mogi Mirim e São João da Boa Vista, de acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta).
No mercado interno, o consumo ainda é baixo. A média nacional é de 1,3kg por pessoa ao ano, considerando todas as variedades. No caso do avocado, o número cai para 300 gramas.
Originado na Califórnia, o avocado tem alta concentração de nutrientes e é versátil na culinária. A fruta é menor e mais arredondada que o abacate tradicional, com casca roxa e enrugada quando madura.
A Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), da Secretaria Estadual de Agricultura, garante o cumprimento das exigências sanitárias.
“A certificação é feita através do acompanhamento de campo do responsável técnico habilitado, que garante o cumprimento das medidas, como inspeção, monitoramento e retirada de frutos caídos”, afirma Cristina Abi Rached Iost, gerente do Programa Estadual de Certificação Fitossanitária. “Todo o processo é auditado pela CDA.”