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Um grupo de pesquisadores encontrou dois novos minerais lunares que nunca foram vistos na Terra. As amostras foram trazidas pela missão chinesa Chang’e-5 Moon e são formadas de oxigênio e titânio, mas com proporções e organizadas de forma que nunca foram encontradas naturalmente no nosso planeta.
Na Lua, assim como na Terra, o titânio geralmente se liga ao oxigênio para formar o dióxido de titânio (TiO2). No entanto, a nova descoberta revelou que no satélite esses átomos podem se ligar na proporção inversa.
- Esses novos minerais foram encontrados em uma esfera de vidro trazido pela missão Chang’e-5 Moon;
- Eles se formaram durante o impacto de um micrometeorito com a superfície lunar;
- Para analisar o material foi usado um microscópio eletrônico de transmissão e os mesmos elementos foram encontrados de três maneiras diferentes.
Dos três minerais encontrados e descritos em pesquisa na Nature Astronomy, um é o rútilo a forma natural mais comum de dióxido de titânio encontrado na Terra. Ele possui capacidade de desviar a luz, o que faz com que ele seja utilizado em equipamentos ópticos.
No entanto, os outros dois minerais são cristais de Ti2O, organizados de formas diferentes e de forma nunca vista na Terra naturalmente. Muitas outras amostras da Lua chegaram à Terra, mas nenhuma delas havia revelado novos minerais contendo titânio, nem mesmo em simulações, muito provavelmente porque o impacto de micrometeoritos foi negligenciado.
Os novos minerais se formaram a partir do impacto de um micrometeorito
Os micrometeoritos tem entre 1 a 100 μm de diâmetro e por menores que sejam, podem viajar a cerca de 20 quilômetros por segundo. Pela falta de um atmosfera para freá-los, quando colidem com a superfície da Lua eles podem derreter a rocha que eles atingem e até mesmo vaporiza-lo, formando um material completamente diferente do anterior.
A esfera de vidro trazida da Lua é formada pelo impacto de um meteorito e sua superfície tem uma cratera formada pela colisão de micrometeoritos. A borda da cratera possui quatro grãos de formato irregular, dois deles os novos minerais.
Eles receberam o nome provisório de Ti2O trigonal e triclínico e é um fotocatalisador mais forte do que o TiO2, absorvendo muito mais luz ultravioleta e visível. Isso provavelmente causou mudanças significativas na poeira lunar ao seu redor.
Essas novas descobertas são os sétimo e oitavo minerais que foram encontrados na Lua e nunca vistos na Terra. Os outros, cinco, foram descobertos nas missões Apollo e Luna, e o sexto também na missão Chang’e-5 Moon.