Por questões de segurança, o presidente da Argentina, Javier Milei, deixará de utilizar voos comerciais em suas viagens oficiais, como fez desde o início de seu governo, em dezembro. O governo argentino justifica o uso de voos comerciais para “reduzir as despesas do Estado”.
O porta-voz da Presidência, Manuel Adorni, anunciou na terça-feira 16 a decisão tomada pelo presidente depois de advertência do Ministério da Segurança, pasta comandada por Patricia Bullrich. O responsável não explicou quando a medida começará a ser aplicada nem se Milei utilizará a frota aérea presidencial ou alguma aeronave da Força Aérea.
“De fato, o presidente deixará de usar voos comerciais para viajar”, disse Adorni. “O Ministério da Segurança nos alertou sobre certos riscos que existem sobre o presidente continuar a voar em voos comerciais comuns.”
A ministra fez um trocadilho com a famosa frase de Milei na posse “No hay plata” (Não há dinheiro): “Não há dinheiro, mas temos que cuidar do presidente”.
A responsável destacou que “um avião comercial em que há muitas pessoas, bagagens, situações que podem surgir, não é o mesmo que um avião controlado inteiramente pela segurança presidencial, por pilotos da Força Aérea”.
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Milei em voos comerciais
A decisão de utilizar voos comerciais, inclusive em suas viagens internacionais, ocorreu em um contexto de profundos cortes de gastos pela administração Milei, que busca atingir a ambiciosa meta de déficit zero. Em meio ao ajuste fiscal que tem custado aos argentinos seus salários e o consumo de produtos básicos, como remédios e alimentos, o presidente da Argentina deixou-se fotografar ao utilizar voos comerciais em uma mensagem de que a austeridade também atingia a “classe política”, a quem chamou de “casta” durante toda a campanha.
Quando foi ao Fórum de Davos, em janeiro, em um voo da Lufthansa, Milei comemorou que essa viagem comercial economizou ao governo cerca de US$ 392 mil. O presidente compartilhou em suas redes sociais uma imagem sua com o polegar para cima no meio do corredor da aeronave.
“Esse dinheiro vem do esforço dos argentinos e é nosso dever moral cuidar até nos mínimos detalhes”, o presidente da Argentina. “Se cuidarmos das moedas, os pesos cuidam de si mesmos.”
Desde que o libertário chegou ao poder, em dezembro, ele lançou um corte drástico nas despesas públicas para equilibrar as contas, que incluiu o leilão de carros oficiais, a dispensa de pelo menos 7 mil funcionários públicos e o corte de rubricas orçamentais para universidades públicas e outras agências estaduais. Além, o chefe do Executivo da Argentina resolveu de fechar a emissora pública Telam e cortar repasses às Províncias.
Revista Oeste, com informações da Agência Estado e da agência de notícias Associated Press