A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, deixou o cargo nesta quarta-feira, 30. Isso ocorreu depois de o presidente Javier Milei pedir a renúncia da chanceler, que votou contra o embargo dos Estados Unidos e outros países do Ocidente contra Cuba, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
O porta-voz da Presidência confirmou, em publicação no Twitter/X, que Gerardo Werthein, atual embaixador em Washington, é o novo chanceler da Argentina.
El nuevo canciller de la República Argentina es el señor Gerardo Werthein.
Fin.
— Manuel Adorni (@madorni) October 30, 2024
O texto da ONU pedia “pelo fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba”. O governo da ilha apresentou a proposta hoje.
Além dos EUA, Israel votou contra a proposição, enquanto a Moldávia se absteve. Os outros 187 países integrantes da assembleia votaram a favor.
Milei caracteriza voto da chanceler como “traição”
A congressista norte-americana Maria Elvira Salazar, do Partido Republicano, conversou com Javier Milei sobre a assembleia. O presidente argentino, segundo ela, definiu o voto do país como “uma traição à Argentina”.
Acabo de conversar con el presidente Javier Milei tras la expulsión de la canciller Diana Mondino por votar a favor del régimen cubano en la ONU.
A Milei, mi agradecimiento en nombre del exilio y del pueblo cubano por defender los valores de la libertad y la democracia. pic.twitter.com/IK9SsihTWP
— María Elvira Salazar 🇺🇸 (@MaElviraSalazar) October 30, 2024
Em concordância, a conta oficial do gabinete presidencial argentino publicou no Twitter/X que o país “atravessa um período de mudanças profundas, e esta nova etapa exige que nosso corpo diplomático reflita em cada decisão os valores de liberdade, soberania e direitos individuais que caracterizam as democracias ocidentais”.
Neste sentido, prossegue o comunicado, o governo “se opõe categoricamente à ditadura cubana e se manterá firme na promoção de uma política exterior que condene a todos os regimes que perpetuam a violação dos direitos humanos e as liberdades individuais”.
O Poder Executivo do país vai começar uma auditoria dos funcionários de carreira da chancelaria, com o objetivo de identificar apoiadores de “agendas inimigas da liberdade”, conclui o documento.
— Oficina del Presidente (@OPRArgentina) October 30, 2024