A uma semana da realização do segundo turno da disputa pela presidência da Argentina, o candidato liberal Javier Milei resolveu comparar o voto na esquerda com o desfecho do filme Titanic.
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“Votar no kirchnerismo é como ver novamente Titanic esperando que DiCaprio se salve”, afirmou Milei, em post divulgado neste fim de semana em seu perfil no Instagram. Além da mensagem em relação à produção cinematográfica, o presidenciável registrou um pedido aos eleitores do país sul-americano: “Coerência, por favor”.
No filme citado pelo liberal, Jack, personagem interpretado pelo ator norte-americano Leonardo DiCaprio, morre afogado no Oceano Atlântico — em meio à representação do acidente responsável pelo naufrágio do RMS Titanic, em abril de 1912.
A referência ao “kirchnerismo”, por sua vez, direciona-se ao ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa. Candidato indicado pelo governo esquerdista, Massa já foi chefe de gabinete da ex-presidente e atual vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner. Na política local, o “kirchnerismo” é tido como uma vertente do peronismo e o consequente populismo de esquerda.
Eleição na Argentina: Titanic, Milei e Massa
Massa e Milei irão se enfrentar no segundo turno da eleição presidencial da Argentina. A votação está programada para ocorrer no próximo domingo, 19.
Deputado liberal, Milei foi o segundo mais bem votado no primeiro turno — isso depois de ter vencido as prévias do país. Representante da esquerda e do chamado kirchnerismo, Massa encerrou a primeira parte da disputa como o mais votado.
“Em meio ao segundo turno das eleições, inflação da Argentina segue alta”
Como atual ministro da Economia, Massa tem tentado explicar a situação socioeconômica do país, que, ao menos para Milei, é comparável ao desfecho do personagem de DiCaprio em Titanic. De acordo com os indicadores, a inflação anual argentina beira os 140%. Além disso, o peso está desvalorizado frente ao dólar e quase metade da população local tem de lidar com a pobreza.
Com Massa, o kirchnerismo tenta permanecer no poder. O grupo chegou ao Executivo argentino em 2023, com a eleição de Néstor Kirchner (1950-2010). Em 2007, ao encerrar seu mandato, ele fez de sucessora a sua mulher, Cristina Kirchner. Reeleita, Cristina deixou a Casa Rosada somente ao fim de 2015, diante da vitória de Mauricio Macri, da centro-direita. Em 2019, os kirchneristas voltaram a comandar a política da Argentina, com Cristina sendo eleita vice-presidente da chapa encabeçada por Alberto Fernández.
Impopular diante da crise econômica do país, Fernández nem tentou a reeleição.
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