quinta-feira, setembro 26, 2024
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Microsoft investirá R$ 14,7 bilhões em chips no Brasil

A Microsoft anunciou um investimento de R$ 14,7 bilhões em chips para reforçar seus data centers no Brasil ao longo dos próximos três anos. O anúncio foi feito por Satya Nadella, presidente-executivo da empresa, em São Paulo, nesta quinta-feira, 26.

O objetivo do investimento é fortalecer os serviços de inteligência artificial (IA) da empresa no país, que começam a ser oferecidos a partir de hoje. Especialistas apontam que a falta de GPUs e chips de inferência é um dos obstáculos para o avanço da tecnologia no Brasil.

Os novos componentes serão destinados aos data centers da Microsoft em São Paulo. No entanto, os servidores no Rio de Janeiro não foram incluídos no anúncio.

Na última terça-feira, 24, Nadella anunciou um investimento semelhante de US$ 1,3 bilhão no México. A conversão atual desse valor é de aproximadamente R$ 7,1 bilhões.

Anteriormente, os investimentos da Microsoft em data centers na América Latina eram prioritariamente direcionados ao Chile. De acordo com a empresa, a expansão faz parte de compromissos de sustentabilidade da “comunidade de data centers”.

Ação da Microsoft tem apoio do governo

O vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, participou do anúncio e falou que é importante atrair investimentos em tecnologia. “IA precisa de energia, e energia abundante, limpa e renovável o Brasil tem”, disse Alckmin.

Uma das prioridades do governo é desenvolver uma infraestrutura robusta para a inteligência artificial, conhecida como nuvem soberana. O novo Plano Brasileiro de Inteligência Artificial prevê quase R$ 23 bilhões em investimentos da União.

Alckmin afirmou que o investimento será incluído no programa Nova Indústria Brasil, que soma R$ 100 bilhões em projetos privados até 2035. A Microsoft não recebeu contrapartidas do governo pelo investimento.

Tânia Cosentino, presidente da Microsoft no Brasil, elogiou a estratégia do governo de atrair investimentos privados. “Não basta pegar duas ou três fontes de pagamento para desenvolver o setor, e sim ver o potencial de investimento, que pode multiplicar esse dinheiro em cascata.”

Treinamento em IA

A Microsoft também anunciou um investimento em treinamento de 5 milhões de pessoas em habilidades relacionadas à IA. A big tech demonstrou como já está colaborando com empresas brasileiras para automatizar serviços.

Um exemplo é a parceria com o Bradesco para melhorar a Bia, assistente virtual do banco. A startup RadarFit usa IA da Microsoft para fornecer dicas de nutrição a partir de fotos.

Esses serviços, em fase de teste, utilizam tecnologia chamada agentes de IA, que são grandes modelos de linguagem orientados por bases de conhecimento da empresa para atuarem de forma autônoma em atividades específicas.

“No futuro, cada empresa terá seu batalhão de agentes de IA, interligados à infraestrutura digital, e isso permitirá uma comunicação contínua entre as empresas e clientes, aumentando a eficiência”, afirmou Nadella.

A criação desses agentes será possível através do aplicativo Microsoft Pages, lançado hoje no Brasil. Os usuários poderão criar agentes com instruções simples, como planilhas e PDFs.

A empresa oferecerá diferentes níveis de complexidade para os usuários. Programadores avançados poderão usar plataformas de análise de dados para desenvolver sistemas de IA mais complexos.

Modelos de inteligência artificial

Copilot é a inteligência artificial da Microsoft | Foto: Divulgação/Microsoft
Copilot é a inteligência artificial da Microsoft | Foto: Divulgação/Microsoft

Toda essa tecnologia usará a interface básica do Copilot, o ChatGPT da Microsoft. A diferença estará nas orientações por trás dos códigos, articuladas em grafos de conhecimento — uma teia de instruções e referências para o modelo.

Os usuários poderão escolher entre diferentes modelos de inteligência artificial, como os GPTs da OpenAI, o Llama da Meta, e os modelos franceses da Mistral, para montar suas próprias soluções, conforme suas necessidades de performance e agilidade. Hoje, esses modelos dobram suas capacidades a cada seis meses.

Segundo Nadella, a proposta é que qualquer funcionário possa integrar tecnologia à sua empresa. “Um professor poderá revolucionar a forma como se ensina em uma escola”, disse.

Via Revista Oeste

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