A Microsoft demitiu, na última segunda-feira, 7, duas funcionárias depois de protestarem durante a celebração dos 50 anos da empresa. Elas criticaram a venda de tecnologia de inteligência artificial ao Exército de Israel. O grupo “No Azure for Apartheid” divulgou a venda.
O protesto ocorreu no campus da Microsoft em Redmond, em Washington, com a presença de personalidades como Bill Gates e Steve Ballmer, na sexta-feira 4. A engenheira de software Ibtihal Aboussad interrompeu a palestra de Mustafa Suleyman, diretor-executivo de IA da Microsoft, e acusou a empresa de contribuir para a morte de civis.
“Vocês alegam se importar com o uso da IA para o bem, mas a Microsoft vende armas de IA para o Exército israelense”, disse Ibtihal, que lançou um lenço keffiyeh no palco, um símbolo de apoio aos palestinos.
O evento foi transmitido ao vivo, o que forçou Suleyman a interromper sua apresentação. Ele tentou acalmar a situação ao dizer: “Obrigado pelo seu protesto, eu ouço você”. No entanto, Ibtihal continuou a acusar a empresa de ter “sangue nas mãos”. Depois disso, foi retirada do local pela segurança.
Microsoft chamou o protesto de “hostil e inapropriado”

Ibtihal, que trabalhava na sede da Microsoft em Toronto, foi informada por um representante de recursos humanos que seria demitida imediatamente. O grupo de defesa relatou que ela poderia ter abordado suas preocupações de forma confidencial. A companhia justificou a demissão de Ibtihal ao alegar que suas ações foram “hostis e altamente inapropriadas”.
Vaniya Agrawal, outra funcionária da Microsoft, também protestou, em outro momento do evento. Ela já havia planejado deixar a empresa em 11 de abril, mas foi informada que sua saída seria antecipada.
Protestos contra o trabalho da Microsoft com Israel não são novidade. Em fevereiro, cinco funcionários foram removidos de uma reunião com o CEO, Satya Nadella, depois de protestarem contra contratos semelhantes. A polêmica ganhou força depois de uma investigação da Associated Press revelar o uso de modelos de IA da Microsoft e da OpenAI em programas militares israelenses.