A crise entre o México e o Equador se intensificou com a invasão de policiais à embaixada mexicana em Quito, na sexta-feira 5. O objetivo era prender Jorge Glas, ex-vice-presidente equatoriano asilado no país da América do Norte desde dezembro de 2023.
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, acredita que houve violação do Direito Internacional e desrespeito à soberania do país. Isso motivou a suspensão imediata das relações diplomáticas.
De acordo com a Convenção de Viena sobre as Relações Diplomáticas, os locais de missões estrangeiras, como embaixadas, são considerados invioláveis. Portanto, a entrada de agentes de Estado nesses locais requer autorização do chefe da missão estrangeira.
Em termos bem técnicos, pode-se dizer que o Equador de @DanielNoboaOk invadiu o México. O assalto à embaixada mexicana é ilegal e perturbador. Não se pode chamar de busca pela justiça isso que fizeram. A bukelização da América Latina está se agravando sob aplausos. pic.twitter.com/SnCZCF90jk
— Leonardo Coutinho (@lcoutinho) April 6, 2024
O México concedeu asilo político a Jorge Glas, condenado por corrupção. Isso gerou descontentamento por parte do Equador, que solicitou permissão para prender o ex-vice-presidente na embaixada mexicana em Quito.
Os desdobramentos da crise entre o México e o Equador
A crise entre os países teve início depois das declarações de López Obrador sobre as eleições equatorianas de 2023. O presidente do México comparou o assassinato de um candidato presidencial equatoriano à violência na temporada eleitoral do México, o que gerou tensões entre os países. Em resposta, o Equador declarou a embaixadora mexicana “persona non grata“.
O encarregado da embaixada mexicana no Equador classificou o ocorrido como “inaceitável” e “barbárie”. Já o governo equatoriano afirmou que não permitirá que criminosos fiquem impunes, em referência a Jorge Glas, e reiterou o respeito ao povo mexicano e a importância das embaixadas para fortalecer as relações bilaterais.