O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, disse nesta terça-feira, 13, que aguarda o posicionamento da Justiça venezuelana para retomar as conversas com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, sobre o processo eleitoral em Caracas.
Em entrevista coletiva, Obrador descartou, neste momento, qualquer tipo de diálogo com os dois presidentes. “Agora não, pois vamos esperar que o tribunal da Venezuela decida, uma vez que o caso está em processo”, disse. “Acredito que até a sexta-feira desta semana vão resolver sobre as atas e resultados.”
Brasil, México e Colômbia chegaram a divulgar comunicados em que pressionavam o ditador Nicolás Maduro.
México não comunicou o Itamaraty sobre o fim do diálogo
O presidente mexicano não avisou ao Itamaraty sobre o encerramento das conversas com o Brasil. Nos bastidores, o Planalto avalia prosseguir o diálogo com a Colômbia — mesmo sem o México.
Brasil, México e Colômbia têm governos de esquerda e, portanto, relações amigáveis com a Venezuela. Em vista disso, tentavam propor diálogo de Maduro com a oposição venezuelana.
Integrantes do governo brasileiro, porém, já haviam notado uma lentidão de López Obrador em responder às propostas do Brasil e da Colômbia.
Possibilidade de novas eleições
Em conversa com os integrantes do governo, o presidente Lula avalia a possibilidade de sugerir à Venezuela uma nova eleição presidencial. Essa seria uma forma de resolver o impasse do pleito de 28 de julho.
A ideia seria realizar uma espécie de segundo turno entre Nicolás Maduro e Edmundo Gonzáles Urrutia.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado ditadura de Maduro, confirmou a vitória chavista. A oposição, entretanto, alega que o pleito foi fraudulento.
Desde que Maduro foi declarado “eleito”, a Venezuela mergulhou em uma crise, que inclui violência e prisão de opositores. Até agora, o ditador tem ignorado não só os apelos do Brasil, como também de outros países para que os boletins de urna sejam divulgados.