Na noite de domingo (21), um meteoro rasgou os céus nos arredores de Monte Castelo, norte de Santa Catarina. Visto em diferentes municípios, o fenômeno durou aproximadamente três segundos.
Os dados são da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon), que registrou o evento às 19h32 (horário de Brasília) pelas câmeras de algumas das estações de observação no estado.
A captura acima foi feita pelo astrônomo amador Jocimar Justino, que cuida da estação de Monte Castelo. Segundo ele, o meteoro, que era do tipo bólido, “não apenas maravilhou observadores, mas também foi registrado por um número maior de estações da Bramon, destacando a importância dessa rede de monitoramento”.
Justino relatou na publicação no Instagram que, além da estação em Monte Castelo, o evento foi captado na capital Florianópolis, pelas estações de Thiago Paes e de Alexandre Moro, e de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, por Fabrício Colvero, “evidenciando a ampla visibilidade do fenômeno”.
Os dados triangulados das estações JJS2, de Monte Castelo, e TLP2, de Florianópolis, forneceram informações precisas sobre a trajetória do meteoro. Ele entrou na atmosfera em um ângulo de 21° e a uma velocidade superior a 110 mil km/h. O meteoro começou a brilhar a aproximadamente 108 km de altitude sobre Blumenau e se extinguiu a cerca de 71 km de altitude sobre Rio do Campo, sendo visível por pouco mais de três segundos.
Jocimar Justino, Bramon –Monte Castelo SC
Conforme noticiado pelo Olhar Digital, a noite de domingo marcou o pico da chuva de meteoros Líridas – mas o horário que o bólido foi visto em SC não condiz com o desse evento, que foi considerado um episódio esporádico.
Justino explica que a constelação da Lira ainda não estava visível no momento que o meteoro caiu. “Lira é onde fica o radiante – ponto de onde os meteoros parecem vir – desta chuva. Por isso, ela recebeu esse nome”.
O que é um meteoro bólido?
Eventualmente, temos notícias sobre o surgimento de fenômenos luminosos rasgando os céus pelo mundo. Esses eventos são chamados muitas vezes de meteoros, outras vezes de asteroides ou de cometas. No entanto, esses nomes designam coisas diferentes (e você pode saber mais sobre essas diferenças aqui).
No caso dos meteoros, quando uma rocha espacial (meteoroide) atinge a atmosfera da Terra a altíssimas velocidades, mesmo fragmentos tão pequenos quanto um grão de areia são capazes de aquecer instantaneamente os gases atmosféricos, gerando um fenômeno luminoso, que é o que os astrônomos classificam como meteoro.
“Assim, os meteoros são apenas esses eventos luminosos, nada mais. Meteoro não é sólido, não é líquido nem gasoso, é apenas luz”, explica o colunista do Olhar Digital Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e coordenador regional (Nordeste) do Asteroid Day Brasil. “Popularmente, também são chamados de estrelas cadentes”.
A depender de sua intensidade e comportamento, um meteoro pode ser classificado como um fireball (bola de fogo) ou um bólido. Enquanto o primeiro, como o próprio nome indica, é uma esfera grande e brilhante; o segundo, também muito luminoso, deixa uma trilha ionizada duradoura, explodindo no final.
De qualquer forma, eles são inofensivos. Na maioria das vezes, o meteoroide é completamente vaporizado durante sua passagem pela atmosfera. Dependendo de determinadas condições, como tamanho, composição e ângulo de entrada, pequenas partes da rocha espacial podem resistir ao processo, deixando fragmentos em solo, que são chamados de meteoritos.