Para os que acreditam em astrologia, “Mercúrio retrógrado” parece ser um termo um tanto assustador. Segundo dizem, essa movimentação do planeta exerceria influências energéticas turbulentas sobre variadas áreas da vida.
Isso, no entanto, não é o que nos interessa aqui. Afinal, cientificamente, o que significa, de fato, Mercúrio estar retrógrado e por que isso acontece?
- De três a quatro vezes por ano, Mercúrio parece andar para trás pelo céu;
- Esses períodos marcam momentos em que o planeta está em aparente movimento retrógrado;
- A explicação astronômica para isso parte do princípio que os planetas no Sistema Solar orbitam o Sol a diferentes distâncias e velocidades;
- Enquanto a Terra contorna o astro, nós podemos observar os outros planetas se movendo pelo nosso céu, seguindo seus próprios caminhos;
- Então, vez ou outra, pode parecer (do nosso ponto de vista) que um planeta mudou abruptamente de direção e começou a se mover ao contrário pelo céu.
Mercúrio retrógrado é ilusão de ótica
Isso, obviamente, é uma ilusão causada pela posição da Terra em relação à do planeta. Afinal de contas, cada planeta em órbita sempre viaja em uma direção definida e não pode de repente inverter o curso. É por isso que o fenômeno é chamado de movimento retrógrado aparente, pois apenas parece que o planeta está se movendo para trás, ou seja, “movimento retrógrado”.
Mercúrio faz esse tal movimento mais do que outros planetas por causa de sua órbita curta, que provoca, por consequência, um ano muito breve de 88 dias terrestres. É por isso que, como dito anteriormente, três ou quatro vezes por ano, ele aparenta se mover para trás no céu, entrando em um movimento retrógrado que dura cerca de três semanas.
Em 2024, Mercúrio estará em movimento retrógrado aparente durante os seguintes intervalos de datas:
- 1º de janeiro de 2024, encerrando um ciclo iniciado em dezembro de 2023;
- 1 a 24 de abril;
- 4 a 27 de agosto;
- 25 de novembro a 15 de dezembro
Segundo o colunista do Olhar Digital Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON), quando se trata dos planetas com órbita mais externa que a da Terra (de Marte em diante), a designação mais adequada é “laço” retrógrado. Isso porque, durante o curso percorrido, o planeta parece formar um laço no céu cada vez que é ultrapassado pela Terra.
“No caso dos planetas internos, são eles que ultrapassam a Terra em sua órbita”, explica Zurita. “Daí, nós observamos este movimento aparentemente retrógrado quando eles estão dando a volta por trás ou na frente do Sol. Nesse caso, geralmente se forma uma parábola e não um laço”.
Neste ano, outros planetas que entrarão em “movimento retrógrado” serão Saturno, em junho, Netuno, em julho, Urano, em setembro, Júpiter, em outubro e Marte, em dezembro.