A possibilidade de Aloizio Mercadante substituir Jean Paul Prates no comando da Petrobras tem preocupado os agentes do mercado financeiro. Essa especulação fez o barril de óleo ser negociado acima de US$ 91, nesta sexta-feira, 5. Trata-se do maior valor desde setembro de 2023.
A possível chegada do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS) à petroleira pode representar uma guinada mais governista na estatal.
Há o temor, por parte do mercado, de que haja uma imposição “desenvolvimentista” na Petrobras. A troca na estatal também preocupa por causa do momento de alta no preço do petróleo. Isso pressiona o governo a fazer reajustes no preço dos combustíveis.
Os investidores acreditam que, caso Mercadante assuma a estatal, não haja um reajuste com a velocidade esperada pelo mercado.
Analistas do mercado financeiro entendem que o atual presidente do BNDS não deverá aumentar o preço dos combustíveis nos seus primeiros dias à frente da Petrobras. Nesse caso, sobraria para Prates, já está desgastado com o governo.
Segundo o relatório da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), divulgado nesta sexta-feira, a defasagem média da gasolina em relação ao preço internacional alcançou 19%.
Mesmo assim, a Petrobras ainda não fez nenhum reajuste nos combustíveis em 2024. O último foi em dezembro de 2023.
Petrobras registrou queda nos lucros em 2023
Conforme noticiou Oeste em 31 de março, a Petrobras, de Prates; e o BNDS, de Mercadante, registraram lucro líquido somado de R$ 136 bilhões em 2023. O resultado mostra uma queda generalizada de desempenho, em comparação ao ano anterior.
Segundo a administração da Petrobras, a queda nos lucros ocorreu em virtude da desvalorização do petróleo no mercado internacional. A empresa alega que o barril do tipo Brent, por exemplo, apresentou uma queda de 18% em 2023, na comparação com 2022.