O cantor MC Poze do Rodo, preso nesta quinta-feira, 29, sob suspeita de apologia ao crime e envolvimento com o tráfico de drogas, admitiu se identificar com o grupo criminoso Comando Vermelho. A declaração ocorreu durante a sua entrada no sistema penitenciário do Rio de Janeiro. O dado consta principalmente na ficha de entrada do detento, conforme informou a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
O preenchimento do campo “ideologia declarada” é obrigatório para todos os presos no Estado. A medida faz parte do protocolo de triagem. Com isso, o sistema objetiva sobretudo evitar confrontos entre facções criminosas dentro das unidades prisionais, separando desse modo os internos de acordo com suas alianças.
Defesa de MC Poze descarta vínculo
Em nota, a defesa de MC Poze, sob a representação do advogado Fernando Henrique Cardoso Neves, afirmou que o sistema penitenciário fluminense organiza a alocação dos detentos com base na origem territorial ou em vínculos presumidos, visando garantir assim a segurança nas celas e galerias.
“Alguém que teme ser confundido ou tido como participante de determinada denominação, via de regra é orientado a dirigir-se à mesma para evitar tumulto, sendo medida de segurança para si e para outros”, afirmou o advogado. Acrescentou que “essa prática, todavia, em nenhuma hipótese, traz ou poderia trazer qualquer grau de certeza sobre filiações, associações ou qualquer vínculo do gênero”.
No sistema penitenciário do Rio, unidades específicas abrigam somente integrantes declarados de facções, como o Comando Vermelho. Outras recebem membros de grupos rivais, como o Terceiro Comando Puro. Também há setores reservados para servidores públicos, ex-servidores e presos considerados neutros.
MC Poze foi para Bangu 3, unidade que concentra detentos ligados ao CV, incluindo membros do chamado “Conselho”. Esse grupo responde pela definição das regras internas da facção. A Seap classificou o rapper com grau médio de periculosidade.