As primeiras análises do material recolhido do asteroide Bennu pela missão OSIRIS-REx, da NASA, foram realizadas e os cientistas encontraram sinais de moléculas orgânicas e de outro material que ainda não foi identificado e tem intrigado os cientistas.
- A espaçonave OSIRIS-REx deixou a Terra em 2018 em direção ao Bennu, um asteroide com órbita próxima à da Terra, pertencente ao grupo Apollo.
- A missão chegou à superfície da rocha espacial no final de 2020 e mergulhou meio metro em sua superfície por cerca de 17 segundos para recolher amostras;
- No final de setembro, a espaçonave deixou as amostras na Terra para que elas fossem estudadas e agora os cientistas obtiveram a primeira observação detalhada do Bennu.
As amostras do Bennu são pedregulhos que possuem entre milímetros a centímetros de diâmetro, com textura áspera e que gruda em tudo. A primeira descrição das amostras foi obtida pelos cientistas no dia 11 de dezembro a partir de uma análise espectroscópica, que observa a composição do material a partir de como ele reflete diferentes comprimentos de luz.
Definitivamente temos remanescentes hidratados e ricos em orgânicos do início do sistema solar, que é exatamente o que esperávamos quando concebemos esta missão pela primeira vez, há quase 20 anos.
Dante Lauretta, principal investigador da missão, em resposta a LiveScience
As amostras do Bennu mostram uma assinatura espectral predominante azul. No entanto, isso intriga os pesquisadores porque atualmente eles não sabem explicar o que isso significa. A hipótese é de que as rochas espaciais possuem mais água do que os cientistas pensavam.
Além desse material misterioso, também foi observado que o material é rico em carbono e material orgânico. A investigação também revelou a presença de magnésio, sódio e fósforo nas amostras do Bennu, uma combinação que também tem intrigado os cientistas.
Há muito tempo que observo meteoritos e nunca encontrei nada parecido. É uma preocupação agora. O que é esse material?
Dante Lauretta
Nem todo material do Bennu foi analisado ainda
O material analisado do Bennu é apenas o que foi recuperado da tampa externa da cápsula de amostras. Isso porque, a espaçonave recolheu tanto material, que parte das partículas começaram a vazar e ficaram presas na cabeça do coletor, protegidos pela tampa externa.
Dois fechos defeituosos na cápsula estão impedindo que os investigadores acessem todo material recolhido. Até que sejam aprovadas novas ferramentas para abri-la, os pesquisadores estão usando pinças para retirar amostras a partir de uma aba parcialmente aberta.
Parte do material foi enviada para análise no Reflectance Experiment Laboratory (RELAB) apoiado pela NASA em Rhode Island, e um pouco para o Museu de História Natural de Londres. Novos resultados sobre as análises do Bennu devem ser apresentadas na primavera do hemisfério norte, durante uma reunião científica.