Uma nova análise do registro geológico do fundo dos oceanos descobriu que a interação gravitacional entre a Terra e Marte provoca alterações nas correntes oceânicas que acontecem a cada 2,4 milhões de anos. Conduzida por cientistas da Universidade de Sydney, na Austrália, a descoberta foi publicada na revista Nature Communications.
Entenda:
- Cientistas da Universidade de Sydney, na Austrália, descobriram um fenômeno cíclico relacionado à interação gravitacional entre a Terra e Marte que acontece a cada 2,4 milhões de anos e provoca mudanças nas correntes oceânicas;
- A equipe analisou águas profundas ao redor do mundo e encontrou evidências de rupturas em sedimentos marítimos ao longo dos últimos 70 milhões de anos – com um padrão que correspondia aos ciclos astronômicos dos dois planetas;
- A descoberta pode indicar que o auge do ciclo aumenta a radiação solar no planeta, além de sugerir que o sistema responsável pela Corrente do Golfo pode acabar conforme o derretimento de gelo marinho pelo aquecimento global;
- Isso não indica, porém, que o oceano ficará estagnado – como explicam os cientistas, oceanos mais quentes possuem movimentações profundas mais vigorosas;
- O estudo foi publicado na revista Nature Communications.
Há alguns anos, a equipe começou a identificar um “grande ciclo” astronômico relacionado a um alinhamento entre as órbitas dos dois planetas. Apesar da escassez de evidências diretas da interação no registo geológico da Terra, a descoberta sugere que o auge do ciclo aumenta a radiação solar no planeta e, consequentemente, contribui para climas mais quentes.
O que o fenômeno de Marte significa para os oceanos terrestres
Inicialmente, os cientistas investigavam a hipótese de que as correntes no fundo dos oceanos variassem em climas mais quentes. Analisando águas profundas de todo o mundo, a equipe encontrou evidências de centenas de rupturas nos sedimentos marinhos ao longo dos últimos 70 milhões de anos – apresentando um padrão curioso que correspondia aos ciclos astronômicos da Terra e de Marte.
Apesar da descoberta sugerir que o sistema responsável pela Corrente do Golfo pode acabar conforme o derretimento de gelo marinho pelo aquecimento global, os cientistas explicam que oceanos mais quentes têm uma circulação profunda mais vigorosa: “Isso potencialmente evitará que o oceano fique estagnado, mesmo que a Circulação Meridional do Atlântico diminua ou pare completamente.” diz a geóloga Adriana Dutkiewicz.