domingo, novembro 24, 2024
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Marqueteiro não faz milagres

Sou dos que acreditam que um bom marketing eleitoral pode ajudar muito o candidato, realçando as suas qualidades e projetando no curso da campanha uma imagem positiva capaz de seduzir boa parte do eleitorado, mas isso só é possível quando o postulante a cargo eletivo tem um bom currículo, nenhuma nódoa no prontuário, empatia com a população e boa capacidade de articulação.

Se o candidato não tiver esses atributos, não tem marqueteiro que o transforme em um vencedor. Por mais que tenha um discurso afiado, o postulante a um cargo eletivo estará fadado ao fracasso se sua imagem não passar confiança. Numa pugna eleitoral, isso é o que mais conta. Não adianta o candidato ter uma superestrutura de apoio na campanha e muita grana para gastar, que não irá a lugar nenhum, se faltar crédito junto a população.

Um portal de notícias de Teresina divulgou recentemente que o candidato apoiado pelo Palácio de Karnak, Fábio Novo, iria contratar uma boa empresa de marketing eleitoral para desconstruir a imagem do ex-prefeito Sílvio Mendes, utilizando-se de Bárbara do Firmino e de quadros do PSDB que romperam com ele, entre os quais Marden Menezes e Luciano Nunes, que queria ser o candidato a prefeito.

Trata-se de um equívoco muito grande achar que os três teriam tanta influência no processo eleitoral em Teresina. Bárbara do Firmino traiu a memória do pai ao aliar-se a seus adversários e ficou com a imagem bastante arranhada, enquanto Luciano Nunes e Mardem Menezes não têm mais expressão e força política nem nos municípios de origem, Oeiras e Piripiri, respectivamente, onde não ganham uma eleição faz tempo.

Bárbara do Firmino concedeu entrevista à TV Meio Norte ontem ( 07), na qual passou boa parte do tempo fazendo-se de vítima.

Durante a entrevista, foi exibido  imagens do ex-prefeito Firmino Filho fazendo o L na vã tentativa de convencer o telespectador de que ele teria apoiado Lula, mas a mentira tem pernas curtas. Lula , no tempo em que o vídeo foi gravado, estava preso. O candidato do PT era Haddad. E quando o Lula foi candidato pela terceira vez, Firmino já havia falecido.

É mais provável que o L feito por Firmino, no vídeo, fosse uma alusão ao nome de Luciano Nunes, quando foi candidato a governador pelo PSDB. Enfim, a entrevista de Bárbara foi um farsa grotesca para justificar sua adesão ao candidato do Palácio de Karnak. Não há outra explicação plausível.

Ademais, como explicar que Bárbara e a família sentindo-se rejeitada e humilhada ainda insistisse numa aliança com os seus algozes, inclusive colocando-se à disposição para ser vice de Sílvio Mendes, cujo seguidores, segundo ela, hostilizavam com frequência sua mãe e o seu marido?

Essa história tá mal contada!

A deputada há tempos flertava com o grupo político do vice-governador Themístocles Filho e a imprensa especulava que ela ou sua mãe poderia ser vice na chapa do MDB.

Percebendo, porém, que o filho do vice-governador não seria candidato, decidiu cair nos braços de Fábio Novo. Essa que é a verdade.

Se são esses os trunfos com os quais contam os adversários de Sílvio Mendes, o ex-prefeito não tem o que temer.

Ao longo de vários anos como auxiliar de confiança de Wall Ferraz e oito como prefeito da Capital, Silvio Mendes construiu uma imagem de homem público decente e trabalhador, com obras importantes em todos os setores.

Desconstruir essa boa imagem de Sílvio Mendes em Teresina é, portanto, uma tarefa impossível, que nem mesmo um eficiente serviço de marketing é capaz de dar conta.

Para se certificar disso, basta olhar para o resultado das eleições para o governo do Estado na Capital, em que Sílvio foi o vencedor, apesar do peso da máquina do governo estadual e do esforço inaudito do ex-governador Wellington Dias para garantir vitória de Rafael Fonteles.

A história mostra que Teresina nunca depositou confiança em candidatos do PT até que, em 1992, por obra e graça do então governador Mão Santa, o partido chegou ao Palácio de Karnak com Wellington Dias, obtendo boa votação na Capital e no interior, porém até hoje nunca conseguiu a proeza de eleger um prefeito da Capital.

Antes da vitória de Wellington, o partido só lançava como candidatos a prefeito de Teresina os seus quadros mais humildes, sem capital político, que foram esquecidos depois da conquista do Karnak.

A partir daí, somente os que pertenciam ao cardinalato do PT eram escolhidos como candidato a prefeito: o sociólogo Antônio José Medeiros, o médico Nazareno Fonteles, pai do atual governador, a vereadora Flora Isabel, o próprio Wellington Dias, sua mulher Rejane Dias e agora, pela quarta vez, o teimoso Fábio Novo. Pobre nunca mais teve vez.

E há que se lembrar aqui que não é só o PT que contratará marqueteiro para orientar a sua campanha. Sílvio Mendes deve contar também com um bom serviço de marketing. E deve contratar aqui mesmo um profissional especializado que conheça bem Teresina e sua gente, sua história, suas carências e potencialidades.

Opinião
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José Olímpio
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