O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição, afirmou, nesta terça-feira (30), durante entrevista à CNN, que conversará com o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre as operações da Polícia Federal (PF) contra os deputados Carlos Jordy (PL-RJ) e Alexandre Ramagem (PL-RJ) e do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
“Nós vamos falar amanhã com o presidente Rodrigo Pacheco. A democracia precisa necessariamente ouvir todo mundo e permitir que a democracia seja exercitada. Quem pensa diferente do governo não pode ser tratada como adversário a ser exterminado da face da terra. Isso é ruim para a democracia. E a nossa conversa com o presidente do Congresso vai balizar nossa atuação”, afirmou Marinho.
“Nós vamos conversar com o presidente do Senado da República, que é presidente do Congresso Nacional, colocar nossas preocupações e de que forma que nós achamos que o parlamento precisa se comportar”, prosseguiu.
A investigação que mira Jordy, líder da oposição na Câmara, aponta que o congressista teria auxiliado diretamente na organização e no planejamento de atos antidemocráticos no Rio de Janeiro.
Para Marinho, “além de se ter uma prova circunstancial extremamente frágil, um diálogo onde alguém trata o Carlos Jordy como líder, há um simbolismo de se permitir essa violência preceptoria, que qualquer um está sujeito, mas não sem provas fáticas”.
Ramagem foi alvo de busca e apreensão na Operação Vigilância Aproximada, que investiga uma suposta organização criminosa que teria se instalado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas.
O líder da oposição no Senado questiona qual a prerrogativa para a investigação contra ramagem estar no Supremo Tribunal Federal (STF) e não na primeira instância.
“Desde 2018, o Supremo Tribunal Federal determinou através de um voto colegiado que a prerrogativa do foro só é permitida na prerrogativa do mandato. E nós estamos trazendo novamente para o Supremo Tribunal Federal uma sentença que pertence ao primeiro grau”, cita.
Carlos Bolsonaro, por sua vez, foi alvo de um desdobramento da operação que já investigava Ramagem. Marinho expressa que a busca e apreensão contra o vereador aconteceu na casa de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonoro (PL), e questiona se foi feito “para a constranger a pessoa”. “Isso está tem nos causando muita indignação.”
“A gente está vendo esse desequilíbrio configurado na perseguição que é feita contra parlamentares de oposição” , finaliza.
A CNN entrou em contato com o ministro Alexandre de Moraes responsável pelos inquéritos e aguarda retorno.
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