A Marinha do Brasil excluiu de suas redes sociais o vídeo que questionava supostos privilégios das forças militares publicado no final de novembro. A peça foi publicada depois dos militares entrarem na mira do pacote de corte de gastos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O governo federal apresentou o pacote na última semana. Uma das propostas é estabelecer uma idade mínima para a aposentadoria especial das Forças Armadas. Além disso, a ideia de Lula e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é acabar com outras regras classificadas pela equipe econômica como “privilégios” dos militares.
Na publicação, agora excluída da web, aparecem militares da Marinha em treinamento. Nas cenas, eles trabalham em enchentes, estudam, mergulham e encenam um naufrágio. Enquanto isso, cidadãos civis fazem festas, aproveitam a praia, viajam e comemoram aniversários com a família. O vídeo encerra com a declaração de uma militar: “Privilégios? Vem para a Marinha”.
Glesi Hoffmann diz que vídeo da Marinha é “grave erro”
A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, classificou a peça da Marinha como um “grave erro”. No Palácio do Planalto, o tom do vídeo foi considerado um “desastre” e um “tiro no pé”.
“Ninguém duvida que o serviço militar exige esforço e sacrifícios pessoais, especialmente da tropa, que se arrisca nos treinamentos e faz o serviço pesado”, disse a petista. “Isso não faz dos militares cidadãos mais merecedores de respeito do que a população civil, que trabalha duro.”
Depois de um recuo da gestão federal, a Proposta de Emenda à Constituição encaminhada ao Congresso Nacional para combater os chamados “supersalários” deixou de fora quaisquer alterações no regime de previdência dos militares.