Em derrota para a ministra Marina Silva, um grupo de trabalho do Ministério dos Transportes concluiu, nesta terça-feira, 11, que a pavimentação da BR-319, no coração da Amazônia, é viável.
Construída nos anos 1970, durante o regime militar, a rodovia que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO) foi abandonada na década seguinte.
Atualmente, a estrada possui trechos praticamente impossíveis de transitar. Há anos, o governo do Amazonas e parlamentares do Estado desejam asfaltar o meio da rodovia para viabilizar o uso dela.
Marina se opõe a essa melhoria. Em novembro, ela disse que a BR-319 “não é viável economicamente e ambientalmente”.
Hoje, o ministro Renan Filho observou que a rodovia terá cercamento em áreas de floresta, com passagem de fauna subterrânea e aérea. “O estudo que tornamos público envolveu uma escuta ampla”, disse Filho. “Ouvimos o Ministério do Meio Ambiente e outros ministérios e órgãos envolvidos, ouvimos a sociedade, tivemos audiências públicas na região amazônica e chegamos à conclusão de que este caminho é possível. No passado, a estrada já foi parcialmente asfaltada, mas houve involução com a falta de cuidados.”
Ex-presidente da CPI das ONGs, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) se pronunciou na tribuna da Casa. “Temos ouvido a ministra Marina Silva, com seu ‘santuarismo’ birrento, assegurar que faria de tudo para barrar a recuperação da rodovia BR-319”, disse o parlamentar. “Para isso, se prendia, e tudo indica que ainda se prende, a dois dogmas tão empedernidos como se fossem verdades divinas sopradas, por algum modernismo, por alguém que se julga Moisés.”
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