sexta-feira, novembro 22, 2024
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Marina Silva admite incêndios sem precedentes no Pantanal e culpa ‘ação humana’

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que o Pantanal está “diante de uma das piores situações já vistas”, algo “fora da curva com relação a tudo que já se conhece” e responsabilizou a “ação humana” pelos incêndios tanto no bioma de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul quanto na Amazônia.

As declarações foram feitas na segunda-feira 24, depois de uma reunião da “sala de situação”, no Palácio do Planalto, da qual também participaram os ministros do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e do Planejamento, Simone Tebet.

“Temos um esgarçamento de um problema climático que vocês viram acontecer com chuvas no Rio Grande do Sul, e que nós sabíamos que iria acontecer com seca, envolvendo a Amazônia e o Pantanal. Agora, nós temos uma ação de pessoas que usam a queima controlada do fogo”, afirmou a ministra.

Ela também disse que “não sabemos o tamanho dos desdobramentos do fenômeno que temos pela frente, é a maior seca dos últimos 70 anos”. “O fenômeno é incomparavelmente maior do que a capacidade humana de conter estes processos.”

Marina prosseguiu: “O único meio que nós teríamos de evitar (o fogo) é que as pessoas não queimem. E elas não estão conscientes ainda o suficiente para entender que combater o fogo é evitar o fogo.”

Segundo a ministra, o governo antecipou ações que adotaria em agosto e que desde o início de maio está em “pronta ação”. Ela ressaltou que a pasta decretou situação de emergência em relação ao fogo no mês de abril.

Atualmente, disse ela, são 175 brigadistas do Ibama e 53 do ICMBio em ação, além de 53 combatentes da Marinha e mais 250 profissionais. Segundo Marina, haverá um adicional de 50 brigadistas do Ibama e de 60 da Força Nacional.

A titular da pasta do Meio Ambiente também afirmou que o Ministério da Justiça e Segurança Pública participa das ações com um trabalho de inteligência “para que todos os criminosos que estão provocando incêndios possam ser devidamente investigados e punidos”.

“Todos aqueles que fizerem o uso do fogo para a renovação de pastagens ou para a atividade qualquer que seja ela estará cometendo um delito”, declarou, acrescentando que os incêndios são causados principalmente pela prática de renovação de pastagens e da queima controlada.

“Neste momento, é fundamental parar de usar fogo para qualquer coisa. E, nesse período, não tem incêndio por raio. O que está acontecendo é incêndio por ação humana”, disse.

Mato Grosso e Mato Grosso do Sul proibiram o manejo controlado de fogo até o fim do ano, em razão da seca.

Marina Silva e outros ministros vão a Corumbá (MS) para anunciar medidas para conter incêndios no Pantanal

Na sexta-feira, 28, Marina Silva e outros ministros pretendem visitar o município de Corumbá (MS) para analisar os impactos dos incêndios.

A ministra Simone Tebet, que já foi vice-governadora e deputada estadual de Mato Grosso do Sul, afirmou que irá a Corumbá (MS) na sexta-feira 28 e que pretende analisar a lihgberação de créditos extraordinários para combater o fogo.

Segundo ela, o governo já entrou em contato com o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), para agendar um encontro. “Vamos dar atenção aos dois Estados igualmente, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Mas como maior foco de incêndio neste momento é em Mato Grosso do Sul, mais de 50% no município de Corumbá, na sexta-feira, nós três estaremos e talvez mais alguns ministros estaremos descendo em Corumbá”, disse a ministra, referindo-se a Marina e Waldez Góes.

Em relação aos créditos extraordinários, Tebet disse que “não vai faltar recursos e orçamentos” para resolver o problema. “O orçamento vai ser necessário para levar brigadistas, combatentes, aeronaves, água, e tudo mais”, afirmou. “Mas não é a questão orçamentária o problema. O problema é o convencimento dos proprietários rurais, das pessoas que ali estão, de que não é possível mais colocar fogo no Pantanal até o final do ano.”

Já o ministro Waldez Góes disse que o governo está “adotando uma série de providências para a Amazônia, considerando a estiagem que vai acontecer e que será prolongada”. Segundo ele, mais de 90% “do que está queimando no Pantanal” diz respeito a queimadas, mesmo com a proibição do governo em relação a qualquer ação nesse sentido em 2024.


Redação Oeste, com informações da Agência Estado

Via Revista Oeste

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