Zé Mirto, valente zagueirão da A.A. Machadense, de Machado-MG, teve em 1960 a incumbência de “acabar” com Mané Garrincha no inesquecível amistoso entre o time local, com os craques de Alfenas e Areado, e o grande Botafogo.
Zé Mirto ficou apavorado. Hortêncio, seu treinador, prontamente tratou de tranquilizá-lo.
“Zé Mirto, é o seguinte: o Garrincha só é bom no rádio. Os speakers aumentam, inventam. Fui na semana passada ver o esquema tático deles lá no Rio, e o lateral do Bonsucesso não deixou o Mané pegar na bola. Você vai fazer o mesmo porque Garrincha só sabe fazer duas coisas: sair pela direita ou esquerda. Então, é fácil: você para diante dele e, quando o Mané sair pela direita, você ‘tchan’ e prensa a bola. E bola prensada é da defesa”, explicou.
Ao que Zé Mirto perguntou: “E se ele sair pela esquerda?”.
“Aí você faz o mesmo, dá um ‘tchan’, prensa a bola e você vai se consagrar, certo?”.
“Certo, fessô!”.
O primeiro tempo termina com o placar “apertado” de Botafogo 9 x 0 Machadense, oito gols do centroavante Genivaldo em cruzamentos de Mané. À saída do campo, treinador e repórteres perguntaram a Zé Mirto o que houve.
Ele explica: “O fessô garantiu que o Garrincha só saía pra direita ou pra esquerda, eu fiquei esperando, mas o problema é que ele ‘ataia’… Aí não dá memo”, justificou, dando de ombros…
Rodela de cartá vurto
Juninho, que virou Juninho Paulista quando o Vasco contratou também o Juninho Pernambucano, estava começando no Ituano em 1991, saindo da várzea de São Paulo. Com um mês no time de baixo, cativou a todos em Itu com sua simpatia e bom futebol.
Aí, Rosan Francischinelli, empresário e presidente do Ituano, contratou Juninho Paulista como garoto-propaganda de sua “Elétrico do Rosan”.
No estúdio de pequena emissora de TV entre Itu e Porto Feliz, Juninho, de terno e maquiado, empostou a voz e leu o texto no teleprompter: “Comprem ‘rodela de catá vurto’ na Elétrico do Rosan, que tem os melhores preços e todos os tipos de rodela”.
Gravação feita, Juninho, Rosan, o jornalista Mauro Nóbrega e assessores foram comemorar em jantar no “Bar do Alemão”.
Lá, ainda tímido, o ressabiado Juninho perguntou: “Mas, seu Rosan, o que é ‘rodela de catá vurto’”?
Ao que Rosan respondeu: “É antena parabólica, Juninho. Temos de falar a linguagem do povo, senão o ‘materiár’ ‘incaia’, entendeu?”.
Abreviação confusa
O célebre e saudoso Ibraim José, moço de Itapetininga-SP, marcou época na Rádio Jovem Pan AM. Após um Plantão Esportivo Permanente, que eu comandava na emissora, o popular Fuinha leu a primeira manchete do Jornal da Madrugada, que ele apresentava nos anos 80:
“General Costa chega a Brasília e canta na Asa Sul amanhã!”.
Era Gal… Costa (!), a cantora baiana então no auge de sua carreira.
Acontece…