O Instrumento de Espectroscopia da Energia Escura (DESI), localizado no topo do telescópio Nicholas U. Mayall no Observatório Nacional Kitt Peak, no Arizona, EUA, ajuda a identificar a posição de milhões de galáxias. Graças a ele, é possível que cosmólogos meçam a taxa de expansão do Universo nos últimos 11 bilhões de anos, explorando o enigma da energia escura.
No início de abril, pesquisadores do DESI compartilharam o maior mapa 3D do Universo atualmente, que destaca, além do agrupamento de inúmeras galáxias, um padrão no Universo primitivo conhecido como Oscilações Acústicas de Bárions (BAO). Mapeando os tamanhos dos BAOs, os cientistas conseguiram estimar suas distâncias das galáxias e deduzir a rapidez da expansão do Universo em vários momentos da história.
Entenda:
- Pesquisadores do Instrumento de Espectroscopia da Energia Escura (DESI), nos EUA, compartilharam o maior mapa 3D do Universo até agora;
- Além do agrupamento de inúmeras galáxias, o novo modelo destaca um padrão no Universo primitivo conhecido como Oscilações Acústicas de Bárions (BAO);
- Com o mapeamento do tamanho dos BAOs, é possível estimar suas distâncias das galáxias e deduzir a rapidez da expansão do Universo em vários momentos da história;
- Uma análise inicial propõe que a energia escura pode estar evoluindo com o tempo – o que indica que um modelo de energia escura variável faça mais sentido do que o modelo padrão;
- A hipótese segue sendo investigada e, se for confirmada, dezenas de outros modelos deverão ser testados individualmente por cosmólogos;
- As informações são do Space.com e do Berkeley Lab.
A equipe também estudou mais de 400 mil quasares – objetos mais luminosos do Universo -, cuja luz é absorvida por nuvens de gás. É justamente a intensidade de sua luz que pode ajudar os cosmólogos a mapear bolsas de matéria densa de uma forma semelhante ao mapeamento das galáxias.
Novo mapa 3D pode trazer mudanças significativas à cosmologia
Com uma análise inicial de dados do DESI, os pesquisadores concluíram que a energia escura pode estar evoluindo com o tempo. A equipe descobriu que um modelo variável de energia escura faria mais sentido do que o modelo padrão. Como explica Kyle Dawson, co-porta-voz do DESI na Universidade de Utah, ao Space.com, as análises parecem indicar que a energia escura transita de um forte motor de aceleração do Universo para diminuir até certo ponto.
A hipótese segue sendo investigada, e, se as observações futuras confirmarem que a energia escura está evoluindo com o tempo, dezenas de outros modelos também poderiam se tornar viáveis, e os cosmólogos teriam que começar a testar todos eles individualmente, diz Dillon Brout, da Universidade de Boston, à Live Science. “Se isto for real, estamos em território desconhecido.”