sexta-feira, novembro 22, 2024
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Mamute lanoso pode deixar extinção com avanço em células-tronco

Um novo marco na pesquisa de células-tronco de elefantes pode estar trazendo os cientistas um passo mais perto de trazer os antigos mamutes-lanosos (Mammuthus primigenius) de volta à vida. A empresa de biotecnologia Colossal Biosciences divulgou uma declaração sobre o progresso em seu trabalho de clonagem de mamutes.

De acordo com informações compartilhadas com o Live Science, a equipe de cientistas da Colossal conseguiu obter com sucesso células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs) de elefantes asiáticos (Elephas maximus).

Essas iPSCs, reprogramadas para ter a capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula no corpo, representam um avanço significativo na pesquisa de clonagem de mamutes. Agora, os pesquisadores têm a capacidade de investigar as características genéticas e celulares que diferenciam os mamutes lanosos de seus parentes vivos mais próximos.

Duas fêmeas adultas do elefante asiático (Elephas maximus). (Imagem: CherylRamalho / Shutterstock.com)

Eriona Hysolli, líder de ciências biológicas e pesquisadora principal de mamutes na Colossal Biosciences, expressou otimismo sobre o potencial dessas células.

Essas células certamente trazem grandes benefícios para nosso trabalho de clonagem. Elas nos permitem entender os processos genéticos e celulares por trás das características únicas que permitiram aos mamutes lanosos prosperar em seu ambiente ártico.

Eriona Hysolli, líder de ciências biológicas e pesquisadora principal de mamutes na Colossal Biosciences

Uma parte crucial dessa pesquisa é a capacidade de gerar gametas de elefantes em laboratório, essenciais para a clonagem bem-sucedida de mamutes. Com uma população de elefantes asiáticos na natureza em declínio, o método tradicional de colher células para a pesquisa torna-se cada vez mais inviável.

O desafio enfrentado pelos pesquisadores foi superar a complexidade do caminho genético dos elefantes, especialmente o supressor de tumor TP53, que normalmente regula o crescimento celular. “Tivemos que suprimir esse caminho por meio de um processo em várias etapas para alcançar essas iPSCs”, explicou Hysolli.

Avanço na conservação de elefantes

Além do avanço na clonagem de mamutes, a pesquisa também tem implicações significativas para a conservação de elefantes. “Podemos derivar gametas de células-tronco pluripotentes, o que pode ser crucial para salvar espécies ameaçadas no futuro”, disse Hysolli.

Embora estejam entusiasmados com os resultados até agora, os pesquisadores da Colossal Biosciences reconhecem que ainda há muito trabalho a ser feito antes que a clonagem de mamutes seja uma realidade. A pesquisa será publicada no banco de dados bioRxiv, mas ainda aguarda revisão por pares.

Vincent Lynch, biólogo do desenvolvimento da Universidade de Buffalo em Nova York, comentou sobre a importância desse avanço. “O objetivo é transformar essas iPSCs em gametas viáveis, o que permitiria técnicas avançadas de fertilização in vitro e, eventualmente, a gestação em uma mãe substituta”, explicou ele. “Embora desafiadoras, essas técnicas representam o futuro da ciência da conservação.”

O mamute-lanoso

mamute lanoso
Esqueleto fossilizado do mamute-lanoso com suas grandes presas no Museu da Evolução Humana, Burgos, Castela e Leão, Espanha. (Imagem: LFRabanedo / Shutterstock.com)

O mamute-lanoso é uma das espécies de mamíferos pré-históricos mais fascinantes, conhecida por seu tamanho colossal e pelos longos pelos que cobriam seu corpo, adaptando-o ao clima frio.

  • O mamute-lanoso era um animal imponente, com machos atingindo alturas de até 3,4 metros no ombro e pesando até 6 toneladas.
  • Eram cobertos por uma densa camada de pelo, com alguns fios chegando a medir até 1 metro de comprimento.
  • Possuíam enormes presas curvadas, que podiam medir mais de 5 metros de comprimento e eram usadas para lutar, cavar na neve em busca de comida e como símbolo de status dentro de seus grupos.
  • Habitavam vastas regiões do norte da Eurásia e da América do Norte durante o Pleistoceno, adaptando-se bem a ambientes frios.
  • Seus habitats variavam de tundras abertas a florestas boreais, onde encontravam ampla vegetação para sustentar sua dieta herbívora.
  • Eram predominantemente herbívoros, alimentando-se de uma variedade de vegetação, incluindo gramíneas, ervas, arbustos e, em alguns casos, pequenas árvores e galhos. Sua dieta variava conforme a estação e a disponibilidade de alimentos em seu habitat.
  • Acreditava-se que os mamutes-lanosos fossem animais sociais, vivendo em grupos matriarcais liderados por fêmeas. Esses grupos podiam incluir machos jovens, fêmeas e seus filhotes. Os machos adultos tendiam a viver solitários ou formar grupos de solteiros.
  • A extinção do mamute-lanoso é frequentemente atribuída a uma combinação de mudanças climáticas no final do Pleistoceno e à caça por humanos pré-históricos.
  • Estima-se que a espécie tenha desaparecido há cerca de 4.000 anos, com algumas populações isoladas sobrevivendo em ilhas remotas até tempos mais recentes.

Via Olhar Digital

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