O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou nesta segunda-feira, 16, que mais de 20 pessoas são investigadas sob suspeita de queimadas criminosas no Estado.
“Há, muito claramente, a ação humana em algumas queimadas dessas”, declarou o governador. “Já temos investigação policial muito robusta nesse sentido.”
O político espera que prisões sejam efetuadas nesta semana. “Alguns mandados já estão sendo buscados na Justiça”, disse Castro, em entrevista coletiva.
Castro declarou que 1.280 incêndios já foram extintos desde a quinta-feira, 12, pico das queimadas no Estado, quando foi criado um gabinete de crise.
O chefe do Executivo fluminense considera, no entanto, que o pior cenário já passou. “O retrato de hoje é bem melhor do que o dos últimos dias”, disse.
Todas as 40 unidades de conservação do Rio de Janeiro, metade delas de visitação pública, permanecem fechadas temporariamente.
Segundo o Corpo de Bombeiros, cerca de 17 mil incêndios florestais foram registrados em todo o Estado em nove meses, principalmente nas cidades de Valença, Petrópolis, Vassouras, Friburgo e Teresópolis.
Estiagem favorece queimadas no Rio de Janeiro
O governador afirmou também que as restrições causadas pela seca na região metropolitana devem durar mais cerca de um mês.
“A previsão é de que tenhamos um final de setembro ainda bem complexo, uma primeira quinzena de outubro começando a melhorar e, já na segunda quinzena de outubro, esteja já uma normalidade”, estimou Castro.
A estiagem afetou o abastecimento do sistema Imunana-Laranjal, que atende cidades como Itaboraí, Niterói, Maricá e São Gonçalo, entre outros municípios. A cidade de Guapimirim, na Baixada Fluminense, decretou estado de emergência.
A concessionária Águas do Rio, responsável pela distribuição na região afetada, realiza manobras para direcionar a água do Sistema Guandu para as localidades atendidas.
O governo ainda realiza obras emergenciais para melhorar o fornecimento de água, como o desassoreamento do Canal de Imunana e a instalação de bombas abaixo da Barragem do Rio Macacu.
O Executivo estadual trabalha para disponibilizar carros-pipa para as regiões afetadas, priorizando escolas, creches e hospitais.
“Não queremos que essas pessoas tenham desabastecimento”, disse o governador. “Por isso estamos trabalhando para essa estiagem não criar uma crise hídrica.”