Conforme noticiado pelo Olhar Digital, nesta sexta-feira (10), uma mancha solar gigantesca – com mais de 15 vezes o tamanho da Terra – produziu uma erupção de classe X4.0. Esta foi a quinta de uma sequência de explosões de grau extremo em um intervalo de uma semana. Antes desta, veio uma X4.5, precedida de duas X1.2 e uma X1.6.
Vamos entender:
- O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade;
- Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;
- Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;
- No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas em sua superfície, que representam concentrações de energia;
- À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;
- De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela em jatos de plasma (também chamados de “ejeção de massa coronal” – CME);
- Os clarões (sinalizadores) são classificados em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior;
- A classe X, no caso, denota os clarões de forte intensidade, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força;
- Um X2 é duas vezes mais intenso que um X1, um X3 é três vezes mais intenso, e, assim, sucessivamente.
Como consequência, foi ejetado um jato de plasma solar canibal em direção ao nosso planeta. O fenômeno acontece quando CMEs em movimento rápido ultrapassam e devoram as mais lentas à sua frente.
Maior tempestade geomagnética desde 2005
O material fundido da CME canibal deve atingir a Terra no sábado (11). Ao romper a magnetosfera do planeta, ela sozinha poderia desencadear uma tempestade geomagnética G3. Com mais duas vindo logo atrás é que os níveis podem se tornar extremos, atingindo o grau G4 (pela primeira vez desde 2005).
Normalmente, CMEs mais fortes provocam auroras em latitudes médias e baixas em toda a Europa e nos EUA.
No nível G4, mais especificamente, há também uma ameaça de problemas generalizados com controle de tensão e impactos à rede que podem afetar alguns sistemas de proteção. Além disso, sistemas de navegação por satélite e de baixa frequência, como GPS, podem ser interrompidos e as operações de espaçonaves também podem ter problemas com carregamento e rastreamento de superfície.
Em entrevista ao jornal O Globo, em Washington, o pesquisador Peter Becker, da Universidade George Manson e do Laboratório de Pesquisa Naval dos EUA, reforçou que o atual ciclo solar pode evoluir e atingir o pico já neste ano.
“Há cerca de 10% de probabilidade de que, na próxima década, algo realmente grande aconteça e possa acabar com a internet”, disse Becker. Segundo ele, há coisas que podem ser feitas para amenizar o problema, e o alerta é um deles.
A longo prazo, é necessário um investimento para o fortalecimento da internet, o que é um desafio econômico, e seria como uma apólice de seguro. “Você pode nunca precisar disso, e custaria trilhões para realmente fortalecer o sistema”.