sexta-feira, novembro 22, 2024
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Maior lua do Sistema Solar sofreu impacto que alterou a sua rota

A ciência acredita que Ganimedes, a lua de Júpiter, pode ter mudado seu eixo depois de se chocar com um asteroide gigante. O fragmento de rocha seria 20 vezes maior do que aquele que colidiu com o que é hoje a Península de Yucatán, no México

O choque aconteceu há 66 milhões de anos na Terra e seria responsável pela extinção dos dinossauros.

A cratera deixada em Ganimedes tinha 25% do tamanho da lua de Júpiter, conforme avaliam os cientistas. O asteroide teria atingido o satélite há cerca de 4 bilhões de anos.

Ilustração do que teria sido o impacto de um asteroide na região que é hoje a península de Yucatán, no México: choque teria causado a extinção dos dinossauros | Foto: Reprodução/redes sociais
Ilustração do que teria sido o impacto de um asteroide na região que é hoje a península de Yucatán, no México: choque teria causado a extinção dos dinossauros | Foto: Reprodução/Redes sociais

Ganimedes é o maior satélite do Sistema Solar, superior a Mercúrio e ao planeta anão Plutão. Pesquisas anteriores sugerem que sob a sua espessa crosta de gelo há um oceano salgado dez vezes mais profundo do que os oceanos da Terra.

Contudo, os pesquisadores admitem que precisam de mais imagens de alta resolução de sua superfície para desvendar os mistérios em torno da história e da evolução de Ganimedes.

Lua sofreu enorme impacto

Fissuras profundas cobrem grandes áreas de sua superfície, formando um padrão de círculos que se concentram no entorno de um ponto. Isso levou alguns astrônomos a acreditar que a lua sofreu um grande impacto.

Professor de planetologia na Universidade de Kobe, no Japão, Naoyuki Hirata diz que os satélites de Júpiter têm características individuais interessantes, mas nada se compara a Ganimedes.

“Sabemos que suas características foram criadas por um impacto de asteroide há cerca de 4 bilhões de anos, mas não tínhamos certeza do tamanho desse evento e dos seus efeitos”, diz Hirata.

Preparação da nave Juice, na França, meses antes de ser lançada no espaço tendo como missão investigar a órbita de Júpiter | Foto: ESA/Airbus/Divulgação
Preparação da nave Juice, na França, meses antes de ser lançada no espaço tendo como missão investigar a órbita de Júpiter | Foto: ESA/Airbus/Divulgação

Nave deve investigar lua mais de perto

O docente é autor de um novo estudo que explora a criação do sistema de fissuras de Ganimedes. A caminho de Júpiter, Juice, nave da Agência Espacial Europeia (ESA), deverá investigar mais detalhes.

Ganimedes intriga Hirata principalmente porque sua superfície é repleta de contrastes, com regiões brilhantes e áreas mais escuras. O professor analisou o sistema de fissuras e comparou o fenômeno ao impacto de uma pedra no para-brisa de um carro.

Hirata notou que o local central das fissuras estava ao longo do eixo de rotação da lua, o que sugere que um grande evento de impacto causou uma completa reorientação do satélite.

Fenômeno já foi visto em Plutão

Pesquisas anteriores evidenciaram que um grande corpo planetário colidiu com Plutão no início de sua história, o que reorganizou a distribuição de gelo no planeta anão e levou à criação de uma característica distinta em formato de “coração” na superfície. 

Hirata acredita em um cenário semelhante em Ganimedes, com sua crosta de gelo e oceano subterrâneo. Ainda não está claro o quanto o eixo de Ganimedes mudou. Contudo, dados futuros da missão Juice poderão esclarecer melhor os efeitos do impacto.

A ESA lançou a nave Juice em abril de 2023. O veículo completou um voo histórico sobre a Terra e a Lua em 21 de agosto, o que a colocou, em seguida, no caminho para Júpiter. A previsão de chegada é para 2031.


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Via Revista Oeste

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