A erupção do vulcão Tonga, em 2022, foi uma das mais intensas da história recente. A grande explosão intriga os cientistas até hoje e diversos estudos continuam sendo realizados para entender melhor a magnitude do fenômeno.
Um deles acaba de revelar que um sinal misterioso precedeu a enorme erupção. Segundo os pesquisadores, duas estações de monitoramento distantes registraram uma onda sísmica cerca de 15 minutos antes do vulcão explodir violentamente.
Onda sísmica varreu o planeta minutos antes da explosão
Os autores do estudo descrevem a onda como um “precursor sísmico” para a erupção subsequente. Ambas teriam sido desencadeadas por um colapso em uma seção fraca da crosta oceânica abaixo da parede da caldeira do vulcão. Essa fratura permitiu que a água do mar e o magma jorrassem para a zona entre o fundo do mar e a câmara de magma subterrânea do vulcão, provocando a erupção.
O cenário também causou uma onda de Rayleigh, um tipo de onda acústica que se move ao longo de uma superfície sólida. Estes fenômenos são frequentemente desencadeados por erupções vulcânicas e terremotos, mas este em especial se destacou.
O trabalho afirma que a onda foi detectada 15 minutos antes da erupção, em 15 de janeiro de 2022, a cerca de 750 quilômetros de distância do vulcão. Estes sinais sísmicos costumam ser sutis e detectados apenas a poucos quilômetros do vulcão. Isso sugere que a erupção do Tonga foi um evento sísmico especialmente monstruoso.
Segundo os pesquisadores, estas informações são muito valiosas, uma vez que podem ser utilizadas para emitir alertas antecipadas sobre grandes erupções. As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Geophysical Research Letters.
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Erupção histórica
- A erupção do vulcão aconteceu no dia 15 de janeiro de 2022 e causou a destruição quase imediata de 5% da camada de ozônio na região do Pacífico.
- Além disso, a força da explosão desencadeou o primeiro megatsunami conhecido desde a antiguidade.
- As ondas chegaram aos 90 metros de altura, nove vezes maiores que o tsunami que devastou o Japão em 2011.
- A força da explosão ainda causou a tempestade de raios mais intensa já registrada, com 2,6 mil raios por minuto, que pôde ser observada do Espaço e afetou o funcionamento de vários satélites.
- Ela também foi responsável por resfriar as temperaturas na estratosfera tropical em 4°C.
- Segundo cientistas, a erupção foi causada pela liberação de uma energia equivalente a cinco das maiores explosões nucleares subterrâneas conduzidas pela Coreia do Norte em 2017.