sexta-feira, novembro 22, 2024
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“Maior erro é apoiar grupo terrorista“, diz André Mendonça sobre posição do Brasil no conflito Israel-Hamas

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou a posição adotada pela diplomacia brasileira em relação ao conflito Israel-Hamas. “O maior erro é apoiar grupo terrorista”, disse durante culto na Igreja Presbiteriana de Pinheiros, em São Paulo, no domingo (18).

A declaração foi feita horas após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmar que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza não é uma guerra, mas um genocídio”, e fez referência às ações do ditador nazista Adolf Hitler contra os judeus.

Na cerimônia de domingo, Mendonça narrou um encontro que teve com o embaixador do Brasil em Israel. “Eu fiz uma colocação para o embaixador: ‘Embaixador, nossa diplomacia é marcada por uma busca de equilíbrio e imparcialidade. O senhor não acha que se talvez nós caminharmos mais nesse sentido, ao invés de endossarmos uma petição da África do Sul acusando Israel de genocídio, seria o melhor para sermos um agente de paz?”, contou.

Em seguida, o ministro relatou o que ouviu do embaixador: “E ele me respondeu: ‘No mundo de hoje, não há espaço para o cinza. Ou é preto, ou é branco. E o país tomou sua posição.””

Mendonça então acrescenta: “Em resposta [ao embaixador], eu tomei a minha posição: eu defendo a devolução de todos os sequestrados. E acho que o erro maior é apoiar um grupo terrorista que mata crianças, jovens e idosos gratuitamente. Eu e você, como cristãos, somos chamados a tomar posição em tudo na vida.”

O ministro, que ocupou a pasta da Justiça e a Advocacia-Geral da União (AGU) no governo de Jair Bolsonaro (PL), é pastor da Igreja Presbiteriana Esperança, localizada em Brasília, e já foi qualificado como “terrivelmente evangélico” pelo ex-presidente.

Mendonça foi indicado ao Supremo por Bolsonaro em julho de 2021. Após cinco meses de espera para sua sabatina no Senado, ele foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa por 18 votos a 9. No plenário, foram 47 votos favoráveis (seis a mais do que o necessário) e 32 contrários.

Após a repercussão das declarações de Lula, aliados do presidente saíram em defesa dele. O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, chegou a dizer que o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, “divulga uma fake news”.

“O Brasil sempre, desde 7 de outubro, condenou os ataques terroristas do Hamas em todos os fóruns. Nossa solidariedade é com a população civil de Gaza, que está sofrendo por atos que não cometeram. Já são mais de 10 mil crianças mortas em Gaza. O número de mortos em Gaza está próximo de 30 mil pessoas e 70% destas mortes são de mulheres”, escreveu Pimenta no X.

“Ainda, existem cerca de 10 mil pessoas desaparecidas sob os escombros. Em torno de 1,7 milhão de palestinos não têm acesso à água potável, comidas e remédios. A comunidade internacional não pode calar diante do massacre de um povo que não pode sofrer um extermínio pelos crimes cometidos por um grupo que deve ser punido pelo que fez. As palavras do presidente Lula sempre foram pela paz e para fortalecer o sentimento de solidariedade entre os povos!”, complementou Pimenta.

Via CNN

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