sexta-feira, novembro 22, 2024
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Maior deserto de sal do mundo apresenta padrões misteriosos

Uma visão verdadeiramente surpreendente por ser encontrada em uma planície de sal localizada no sudoeste da Bolívia. Lá, os restos de um antigo lago criaram uma crosta salgada que faz grandes desenhos de perspectiva na estação seca – e se transforma em um enorme espelho quando molhado.

O Salar de Uyuni (ou Salar de Tunupa) – a maior planície salina do mundo – é transformado quando lagos transbordantes nas proximidades inundam sua superfície com uma fina camada de água. 

Essa planície é completamente nivelada e se estende por cerca de 10.582 quilômetros quadrados, tornando sua superfície reflexiva aproximadamente do mesmo tamanho da Ilha Grande do Havaí.

O Salar de Uyuni é transformado em um espelho cristalino quando lagos transbordantes nas proximidades inundam sua superfície com uma fina camada de água. Crédito: Shanti Hesse – Shutterstock

Do espaço, é visto como o maior de dois desertos de sal vizinhos (o segundo é o Salar de Coipasa, que fica a noroeste). As duas paisagens são em grande parte compostas por algo que se encontra facilmente em casa: halita – o sal de cozinha comum. Além disso, também são formadas por gesso, que é o material do qual alguns dos maiores cristais do planeta são feitos. 

Padrão de favo de mel no deserto de sal intriga os cientistas

Sua superfície salgada é frequentemente marcada com um padrão peculiar de favo de mel, o que intriga os cientistas. Por que os padrões são tão geometricamente perfeitos? E por que as telhas são tão grandes – sempre entre um e dois metros?

Em um artigo publicado no ano passado, uma equipe de pesquisadores finalmente resolveu esse enigma. “Nos desertos de sal, a primeira coisa que você vê – quase a única coisa que você vê – é uma colcha de retalhos infinita de hexágonos e outras formas ordenadas”, disse o autor do estudo, Lucas Goehring, professor associado de física da Escola de Ciência e Tecnologia da Universidade Nottingham Trent, em um comunicado. “O que mostramos é que uma explicação simples e plausível está lá, mas escondida debaixo do chão. Os padrões de superfície refletem o lento tombamento da água salgada dentro do solo, um fenômeno um pouco como as células de convecção que se formam em uma fina camada de água fervente”.

O Salar de Uyuni fica no lugar do grande e antigo Lago Minchin que cobria o planalto há milhares de anos. De acordo com o Observatório da Terra, da NASA, ele encolheu significativamente há cerca de 15 mil anos, criando uma piscina de salmoura cada vez menor que acabou evaporando, deixando em seu rastro o vasto depósito de halita e gesso.

A crosta salgada que atrai milhões de turistas a cada ano pode ter até 10 metros de espessura em alguns pontos e cria um cenário que permite aos fotógrafos brincar com a perspectiva. 

Durante a curta estação chuvosa (geralmente de dezembro a abril), o local recebe apenas alguns centímetros de chuva anualmente – mas sem ter para onde ir, a água fica em cima do sal, criando uma imagem espelhada de tirar o fôlego se vista do céu acima.

Para quem estiver interessado em conferir pessoalmente essa impressionante paisagem, o Salar de Uyuni fica na província de Daniel Campos, em Potosí, no sudoeste da Bolívia, a menos de 10 minutos de carro do aeroporto de Uyuni.

Via Olhar Digital

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