Na tarde deste domingo, 8, as forças policiais da ditadura de Nicolás Maduro, na Venezuela, encerraram o cerco à Embaixada da Argentina em Caracas. A informação repercutiu na mídia local.
Desde a última sexta-feira, 6, agentes encapuzados cercaram a área, onde seis colaboradores da oposição, liderada por María Corina Machado, recebiam abrigo. O cerco foi desfeito e a energia, restabelecida, depois da saída do candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, para a Espanha. Ele recebeu asilo no país europeu.
O movimento ocorre, também, um dia depois de o governo venezuelano suspender unilateralmente o consentimento para que o Brasil protegesse os interesses da Argentina no país.
Neste sábado, 7, a ditadura de Maduro revogou, “de maneira imediata”, a permissão para que o Brasil mantivesse a custódia da embaixada, sob o argumento de que “fugitivos da Justiça venezuelana” abrigados no local estariam planejando atos terroristas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutiu a situação com a secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha.
Decisões de Maduro e reação do governo brasileiro
Uma fonte do governo brasileiro em Caracas relatou que recebeu a decisão “com surpresa”. Em nota, o Itamaraty afirmou que só deixará a custódia da embaixada quando outro país assumir a responsabilidade. O governo venezuelano, que trocou farpas com o Palácio do Planalto nas últimas semanas, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o episódio.
Os colaboradores da oposição estão na embaixada desde o dia 20 de março. Os agentes podem prendê-los, caso deixem o local. Na sexta-feira, Pedro Urruchurtu, coordenador internacional do partido Vem Venezuela e um dos asilados, relatou no Twitter/X que patrulhas do Serviço Nacional Bolivariano de Inteligência (Sebin), do Corpo Nacional Bolivariano de Polícia (Daet) e “oficiais encapuzados e armados” cercaram a sede diplomática.