A ditadura de Nicolás Maduro rejeitou, na terça-feira 13, um relatório preliminar da Organização das Nações Unidas (ONU) que afirma que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela não observou “medidas básicas de transparência e integridade” durante as eleições.
“Representa um ato absolutamente imprudente que mina a confiança nos mecanismos concebidos para a cooperação e assistência técnica”, afirmou o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, em uma publicação no Instagram.
O comunicado do governo venezuelano, compartilhado por Gil, classifica o parecer dos quatro especialistas da ONU como “um ato de propaganda que serve os interesses golpistas da extrema direita venezuelana”.
O painel de especialistas da ONU concluiu que as eleições na Venezuela falharam em cumprir “medidas básicas de transparência e integridade”, destacando que a falta de publicação de resultados detalhados “não tem precedentes nas eleições democráticas contemporâneas”.
O que diz o relatório criticado pela ditadura de Maduro
Um painel de especialistas da ONU que observou as eleições presidenciais realizadas na Venezuela no mês passado afirmou, em um relatório divulgado na terça-feira, 13, que o processo não teve “transparência nem integridade básicas”.
O regime venezuelano proclamou o ditador Nicolás Maduro vitorioso sem que o órgão eleitoral do país, de controle chavista, divulgasse as atas de votação.
O CNE venezuelano “não cumpriu com as medidas básicas de transparência nem integridade que são essenciais para a realização de eleições confiáveis. Tampouco seguiu as disposições legais e regulatórias nacionais, e todos os prazos estabelecidos foram descumpridos”, diz o documento.
Uma equipe de quatro membros enviada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, esteve em Caracas por mais de um mês antes das eleições de 28 de julho, um dos poucos observadores externos independentes convidados pelo governo de Maduro.
Embora o grupo de especialistas tenha elogiado a organização logística da votação, ele criticou duramente o CNE por desrespeitar as regras locais e anunciar Maduro como vencedor sem resultados tabulados de cada uma das 30 mil seções eleitorais em todo o país, algo que ele disse “não ter precedentes em eleições democráticas contemporâneas”.
“Isso teve um impacto negativo na confiança do resultado anunciado pelo CNE entre grande parte do eleitorado venezuelano”, disseram os especialistas da ONU.