O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, sugeriu que aqueles que, como Lula (PT), se assustaram com suas falas deveriam tomar um “chá de camomila”. A declaração foi feita nesta terça-feira, 23, um dia depois de o presidente brasileiro questionar seus avisos de “banho de sangue”, caso a oposição vença as eleições, no próximo domingo, 28.
“Que tome um chá de camomila”, disse Maduro. “Eu não disse mentiras. Apenas fiz uma reflexão. Quem se assustou que tome um chá de camomila”, afirmou o ditador, sem mencionar diretamente Lula. “Na Venezuela, irá triunfar a paz, o poder popular, a união cívico-militar-policial perfeita”, completou.
A reação de Lula às falas de Maduro
Na segunda-feira 22, Lula afirmou ter ficado assustado com as palavras de Maduro durante um comício. O venezuelano mencionou a possibilidade de um “banho de sangue” caso ele não consiga se reeleger ao governo do país.
Maduro justificou sua declaração diante da possibilidade de a “direita extremista” chegar ao poder na Venezuela. Segundo o ditador, isso levaria a um “banho de sangue”. Ele mencionou o Caracazo, uma explosão social em fevereiro de 1989 que deixou milhares de mortos, de acordo com denúncias, embora o saldo oficial seja de cerca de 300 vítimas.
“Eu prevejo para aqueles que se assustaram que na Venezuela teremos uma maior vitória eleitoral da história”, insistiu Maduro, que busca um terceiro mandato, algo que o manteria no poder por 18 anos.
O diplomata Edmundo González Urrutia é o candidato da principal aliança opositora e recebe apoio pela impossibilidade de María Corina Machado, favorita nas pesquisas, se candidatar, devido a uma sanção administrativa.
Maduro diz que eleições no Brasil não são auditadas
Ainda em seu discurso, na terça-feira, Nicolás Maduro duvidou da transparência dos sistemas eleitorais do Brasil, Estados Unidos e Colômbia. Ele alegou que as eleições nesses países não são auditadas.
O ditador garantiu que a Venezuela possui “o melhor sistema eleitoral global”, com 16 auditorias e auditoria em tempo real de 54% das urnas.
“Em que outra parte do mundo fazem isso?”, perguntou. “Nos Estados Unidos? O sistema eleitoral é auditável? No Brasil? Não auditam nenhuma ata. Na Colômbia? Não auditam nenhuma ata”, afirmou o venezuelano.