sexta-feira, novembro 22, 2024
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Maduro quer prender quem protestar contra resultado das eleições

Em um pronunciamento televisionado na terça-feira 30, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que quem for pego protestando contra o resultado das eleições será preso por, no mínimo, 15 anos. Ele também disse que “não haverá perdão”.

“E o peso da lei será aplicado a eles”, declarou Maduro. “No mínimo, passarão na cadeia, no mínimo, no mínimo, pela medida mais baixa, 15 anos por crimes. De 15 a 30 anos, me diz aqui o procurador-geral [Tarek William Saab]. E desta vez não haverá perdão. O grande coração do perdão ficará para outra época. Agora, não.”

O país enfrenta uma onda de protestos desde a divulgação do resultado do pleito, ocorrida na madrugada da segunda-feira 29. De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, controlado pelo regime chavista, Maduro foi proclamado presidente “reeleito”, com 51,2% dos votos.

O candidato da oposição liderada por María Corina Machado, Edmundo González, aparece com 44,2% dos votos. A coalizão de direita, no entanto, afirma que González foi o verdadeiro vencedor, com 73%. Também na terça-feira, María Corina e González divulgaram um site para consultar as atas da eleição.

De acordo com chefe do Ministério Público da Venezuela, Tarek Saab, a ditadura já prendeu 749 manifestantes que expressaram descontentamento com os resultados divulgados pelo regime. Eles serão processados por “terrorismo”.

De acordo com o Código Penal da Venezuela, quem for condenado por um dos crimes apontados pelo chavismo pode pegar de um mês a dez anos de prisão.

Ditadura de Maduro já fala em prisão de María Corina e González

maría corina machado
Os oposicionistas Edmundo González e María Corina Machado, durante comício na Venezuela – 23/07/2024 | Foto: Comando Con Vzla y José Altuve

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, pediu a prisão de María Corina Machado e do ex-diplomata Edmundo González, substituto da oposicionista, nesta terça-feira, 30, por suposta tentativa de golpe de Estado e por interpelarem o resultado da eleição.

“O Ministério Público tem de atuar não somente contra os delinquentes que estão nas ruas, mas também deve mirar os chefes, que têm de ir presos”, disse, durante uma sessão no Parlamento. “E, quando digo chefes, refiro-me a María Corina Machado e Edmundo González Urrutia, porque ele é chefe da conspiração fascista que querem impor na Venezuela.”

Ainda conforme Rodríguez, “com o fascismo não se pode ter contemplações, com o fascismo não se dialoga”. “Ao fascismo não se dão benefícios processuais”, disse. “O fascismo não se perdoa, quando se perdoa quase acaba com o planeta, quase acaba com a humanidade.”

A ditadura chavista também abriu uma investigação contra María Corina por “fraude eleitoral”. De acordo com Tarek Saab, María Corina tentou “adulterar as atas” da disputa pela Presidência. Saab associou ainda a ex-deputada a um suposto ataque hacker aos sistemas do Conselho Nacional Eleitoral.

“Queriam adulterar as atas”, afirmou Saab, sem provas, em uma coletiva, ao mencionar a Macedônia do Norte como a origem do “atentado”. “Segundo a informação que recebemos, o principal envolvido nesse ataque seria o cidadão Lester Toledo, tristemente célebre fugitivo da Justiça que se encontra no exterior. Junto com ele, aparecem como envolvidos o foragido Leopoldo López e María Corina Machado. Os fiscais estão recolhendo os elementos de convicção dessas ações que tentaram adulterar os resultados.”



Via Revista Oeste

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