O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, marcou uma visita ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, enquanto planeja invadir a Guiana. O encontro entre os líderes aliados deve acontecer em Moscou, capital russa, no próximo domingo, 10, ou na segunda-feira 11.
O objetivo da viagem de Maduro é trazer a Rússia para a crise com a Guiana. De forma simbólica, o encontro mostra apoio de Moscou a Caracas. Adversário histórico de Putin, os Estados Unidos (EUA) demonstraram apoio à Guiana.
O ditador venezuelano planeja invadir a Guiana para anexar uma região conhecida como Essequibo. A área representa dois terços do país vizinho de Maduro e é rico em petróleo. A Venezuela chegou a divulgar um novo mapa do país, incorporando a região de Essequibo, e um general foi nomeado como governador regional.
Os EUA anunciaram, nesta quinta-feira, 7, que auxiliaram o Exército local em uma manobra militar na Guiana, com o sobrevoo de aeronaves. O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, anunciou “apoio inabalável” à Guiana.
A Rússia é aliada da Venezuela desde o governo do ex-ditador Hugo Chávez, que morreu em 2013. Na época, o país virou grande cliente militar da Rússia. Recentemente, o chanceler venezuelano, Yván Gil Pinto, visitou seu colega russo, Serguei Lavrov, em Moscou.
Rússia tem tomado tom apaziguador
Apesar do apoio simbólico, o governo russo, por meio do Ministério das Relações Exteriores, tem tomado um tom apaziguador. A porta-voz da pasta russa, Maria Zakharova, pediu que tanto a Venezuela quanto a Guiana “se abstenham de ações em Essequibo que possam prejudicar as partes”.
Alguns diplomatas da Rússia afirmaram, na última semana, que Moscou não tem interesse em uma guerra de fato. Putin e os militares russos estão envolvidos em problemas maiores, como a guerra com a Ucrânia e, de forma secundária, tem interesses no Oriente Médio, por causa da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.