O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, voltou a falar sobre o processo eleitoral do Brasil. Em evento realizado na última quarta-feira, 28, o chavista afirmou que seu país “não se meteu nas eleições brasileiras de 2022”.
Sua declaração foi uma crítica às supostas tentativas de interferência na eleição venezuelana, que tem sido alvo de denúncias de fraude por várias organizações e lideranças mundiais.
Durante o discurso, Nicolás Maduro também mencionou a contestação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral brasileiro, em 2022. “O então presidente [Jair Bolsonaro] disse que haveria uma ‘fraude’ e que, se ele perdesse, gritaria ‘fraude’”, afirmou o ditador. “Assim é a ‘extrema direita e fascista’.”
Nicolás Maduro cita o 8 de janeiro
Ainda no evento, Maduro citou os atos do 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Ele comparou o protesto com as manifestações que ocorrem atualmente em Caracas. O ditador afirmou que apoia a “democracia, a Constituição e o poder estabelecido no Brasil”.
Desde a eleição na Venezuela, em 28 de julho, a oposição tem ido às ruas para protestar contra a falta de transparência no processo eleitoral.
Prisões na Venezuela
Em resposta, os soldados do regime chavista prenderam 1,7 mil venezuelanos que protestavam pela liberdade em seu país. Desse número, 114 são menores de idade. De acordo com a ONG Foro Penal, o número de prisões bateu o recorde deste século.
Os manifestantes não são os únicos que estão sob o risco de serem presos ou sofrerem sequestros. Edmundo González, candidato da oposição, e María Corina Machado, que teve sua candidatura barrada pela ditadura, correm o risco de serem capturados a qualquer momento pela polícia do regime.
Nesta sexta-feira, 30, os promotores venezuelanos convocaram González, pela terceira vez, para depor. Autoridades da ditadura o investigam por alegação de fraude na eleição presidencial.
María Corina, por sua vez, escreveu um artigo, publicado pelo jornal norte-americano Wall Street Journal, em que relata estar escondida.
“Escrevo isto do esconderijo, temendo pela minha vida, a minha liberdade e a dos meus concidadãos da ditadura liderada por Nicolás Maduro”, afirmou María Corina. “A líder da oposição também afirmou que Maduro “não venceu a eleição presidencial.”