O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, descartou nesta sexta-feira, 9, qualquer negociação com a líder da oposição María Corina Machado depois de comparecer à Suprema Corte do país. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
“O único que tem que negociar neste país com [María Corina] Machado é o procurador-geral”, disse Maduro. “Que ela se entregue à Justiça, encare os fatos e responda pelos crimes que cometeu. De verdade, essa é a única negociação que cabe aqui.”
María Corina teme ser presa depois do aumento da repressão às manifestações contra a suposta vitória de Maduro no país. Apesar da pressão de países como México, Colômbia e Estados Unidos, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela ainda não apresentou as atas eleitorais que comprovariam o resultado do pleito.
Por outro lado, a oposição publicou em um site o que diz serem as atas às quais teve acesso, que declaram a vitória do candidato Edmundo González com 67% dos votos. Organizações internacionais acreditam que esses documentos são verídicos.
Nesta quarta-feira, 7, o Ministério Público da Venezuela, controlado pelo chavismo, anunciou a abertura de um inquérito contra os responsáveis pelo site onde foram publicadas as atas da oposição.
Opositora propõe “transição democrática” na Venezuela
Em entrevista à AFP nesta sexta-feira, María Corina disse que a oposição propõe uma “negociação para a transição democrática” que “inclui garantias, salvo-condutos e incentivos para as partes envolvidas, neste caso, o regime que foi derrotado nesta eleição presidencial”.
“Estamos decididos a avançar em uma negociação”, afirmou. “Será um processo de transição complexo, delicado, no qual vamos unir toda a nação.”
O presidente do CNE, Elvis Amoroso, compareceu na segunda-feira, 5, ao tribunal e disse que entregou as atas de apuração das mesas eleitorais, a ata da totalização definitiva e uma cópia da proclamação de Maduro.
A presidente do TSJ, Caryslia Rodríguez, informou que o material será revisado em um prazo de 15 dias, que pode ser prorrogado.